Panspermia: a vida pode migrar através do universo?

Felipe Miranda
(Créditos da imagem: Pixabay).

Sabemos que a vida migra entre continentes. Mas será que a vida pode migrar entre planetas? E não falo nem em questão de exploração espacial. Falo da Panspermia, quando seres microscópicos migram. 

Apesar de algumas teorias conspiratórias e com pouco embasamento, a panspermia é sim uma hipótese científica. Destaca-se o termo ‘hipótese’. Não estou dizendo que viemos de bactérias alienígenas.

Vida e Vyda

Recentemente, em um estudo publicado no periódico Life, dois pesquisadores propuseram um novo conceito de vida, chamado vyda. Ou lyfe, no termo originalmente cunhado, em inglês.

Esse conceito diz que a vida é apenas uma forma de vyda. A vyda apresentaria quatro ponto gerais, que é a capacidade de dissipação de energia; autocatálise, que é o crescimento e expansão; homeostase, que é a ambientação interna para manter a estabilidade das reações; e a capacidade de aprendizado.

Esse conceito busca, de forma mais ampla, encontrar seres análogos à vida, e não somente “um sistema químico autossustentável com capacidade de evolução darwiniana”, como coloca a descrição da NASA para a vida. 

No caso da vyda, explicaria porque ainda não encontramos essas coisas especiais pelo universo: procuramos apenas por vida, que é a forma desenvolvida na Terra, pelas característica encontradas na Terra.

LEIA TAMBÉM: Outros planetas poderiam ter ainda mais vida do que a Terra, dizem cientistas

Mas e se, entretanto, apesar da grande possibilidade de vyda pelo universo, a vida, ou seja, a vyda da Terra, existir, ou tivesse existido, em outros planetas. E se, até mesmo, ela não surgiu de fato na Terra, mas veio até aqui vagando através de rochas pelo espaço?

A panspermia, ou seja, a migração da vida foi a principal discussão no Breakthrough Discuss, uma conferência realizada recentemente na Universidade da Califórnia, conforme o IFL Science.

Panspermia: de Marte para a Terra?

“A vida pode se espalhar de planeta para planeta ou de sistema estelar para sistema estelar, transportada por meteoros”. Esta frase do Stephen Hawking que abriu as discussões entre os cientistas.

Esta imagem abaixo contém o Oumuamua, o primeiro asteroide interestelar (sim, ele veio de um sistema com outra estrela) encontrado passeando pelo sistema solar. E viajava muito rápido.

c59fc26cd635d47dfdede161dcda0cc1

 

Não, ele não era uma nave alienígena. Ou pelo menos não uma nave de seres inteligentes. Detritos espaciais, como cometas, poderiam carregar a vida. Talvez uma viagem entre sistemas planetários diferentes seja muito distante, mas entre planetas não é tanto.

Um estudo que foi publicado em 2010 na revista MIcrobiology and Molecular Biology Reviews, descreveu um experimento que levou bactérias ao espaço, para testar a resiliência ao vácuo e à radiação. Elas foram capazes de sobreviver lá por mais de seis anos.

Ou seja, é possível que, através de rochas espaciais, uma bactéria sobreviva à viagem entre a Terra e Marte. Seis anos é muito mais do que o suficiente para tal viagem.

LEIA TAMBÉM: Quanto tempo leva uma viagem até Marte?

“Certamente não é uma ideia maluca sugerir que dentro de nosso próprio Sistema Solar que alguns dos planetas não estão biologicamente isolados” disse Dr. Ben Weiss, professor de ciências planetárias do MIT ao IFL Science.

“Estamos confiantes de que provavelmente bilhões de toneladas de rochas marcianas foram transferidas para a Terra desde que os dois planetas se formaram”, explica Dr. Weiss, que foi um os palestrantes na conferência

Com informações de IFL Science e Life (BARLETT, S. WONG, M.).

 

Compartilhar