Como o cigarro irá sumir nos próximos 20 anos

Mateus Marchetto
Análises mostram que o cigarro poderá sumir de diversos países nos próximos 20 anos. (Imagem de Ralf Kunze por Pixabay)

Nos anos 80 a indústria do tabaco estava no ponto mais alto da montanha russa. Propagandas de cigarro mostravam como a vida poderia ser cool para quem tivesse o hábito de fumar algumas carteiras de Marlboro ou Chesterfield. Contudo, a partir dos anos 90, a sociedade começou a abrir os olhos para os perigos do cigarro. Daí em diante foi só ladeira abaixo para as grandes indústrias do tabaco.

Essa queda no consumo ainda está acontecendo hoje. Nesse sentido, estimativas recentes mostram que o cigarro irá desaparecer totalmente de alguns países nos próximos 10 ou 20 anos. A empresa de TV Bloomberg, de Nova Iorque, se apoiou em pesquisas de Adam Spielman, analista da Citigroup, para avaliar o mercado e o consumo dos cigarros tradicionais atualmente.

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(Imagem de Gerd Altmann por Pixabay )

De acordo com os resultados, o mercado tende a dar lugar para alternativas um pouco menos danosas à saúde, como os vapers e cigarros eletrônicos. A própria Philip Morris International (produtora do Marlboro e Chesterfield supracitados) já anunciou que boa parte de suas vendas já são vindas dessas novas alternativas.

Ademais, pesquisas recentes mostram que o número de crianças usando cigarros diminuiu em quase 75% nos últimos 20 anos. Não obstante, a população de homens adultos fumantes também está caindo pela primeira vez de que se tenha registro. Assim, o mercado já vem passando por uma mudança nunca antes vista nos últimos 30 anos.

Cigarro ao redor do mundo

Apesar do resultado animador, as estimativas mostram que alguns países serão resistentes a mudanças nesse mercado. França, China e Rússia, de acordo com a pesquisa, são exemplos de lugares onde o cigarro pode continuar sendo popular até 2050.

Apesar disso, EUA, boa parte da Europa, Austrália e a maior parte da América Latina devem seguir a tendência de extinção do cigarro.

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(Imagem de Martin Büdenbender por Pixabay)

A relevância dessa mudança de mercado está, claro na saúde pública. O câncer de pulmão é o tipo mais incidente da doença ao redor do mundo. Só em 2018 foram 2,1 milhões de pacientes com a doença, dos quais mais de 70%, veja só, podem ter sido devido ao cigarro. Doenças cardiovasculares, as enfermidades com maior número de mortes no mundo, também estão profundamente relacionadas ao uso contínuo do cigarro.

Apesar de tudo, vale lembrar que vapers e cigarros eletrônicos não são exatamente os heróis dessa história. Ambos também se baseiam na inalação de substâncias químicas, a altas temperaturas e altamente mutagênicas. A melhor escolha, portanto, ainda é manter a distância, se possível, desse tipo de hábito.

Com informações de Bloomberg.

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