Nova estátua de Alexandre, o Grande, revela antiga história de Alexandria

Rafael D'avila

É impossível negar a riqueza de eventos que envolvem Alexandria, e, agora, uma nova estátua de Alexandre descoberta no local revela mais detalhes sobre a história da cidade. No período do Império Romano, Alexandria era o segundo território mais importante, ficando atrás apenas da própria Roma.

Ao longo dos nove últimos meses, arqueólogos intensificaram escavações na região, e além da descoberta de artefatos reveladores, encontraram uma estátua de Alexandre, o Grande. Tal fato desencadeou um debate sobre uma das figuras mais polarizadas e discutidas de todos os tempos. Conforme relato da Argofilia, os itens pertencem às escavações no subúrbio de Al-Shatby, em Alexandria.

Ibrahim Mustafa, que liderou a expedição, usou técnicas modernas de levantamento topográfico, atreladas com imagens 3D, para documentar o local. Através da aplicação do sequenciamento de DNA, tentou entender melhor os padrões sociais da época e rastrear desastres naturais, que contribuiriam para uma análise completa da mudança na paisagem urbana.

Estátua de Alexandre, o Grande
A nova estátua de Alexandre, o Grande. Imagem: Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades

A estátua de Alexandre, o Grande, serve como um termômetro para que os estudos sejam mais objetivos. Em 365dC, um tsunami destruiu grande parte da cidade, e a elevação constante do nível do mar foi acrescentando camadas sobre o assentamento original. Sobretudo, os artefatos atuais estavam 10 metros abaixo do nível do mar, em decorrência desses eventos do passado. Obviamente, as camadas ainda escondem muitas coisas que, possivelmente, permanecerão ocultas ao homem.

Com descoberta da estátua de Alexandre, o Grande, a expectativa é encontrar a tumba perdida deste emblemático imperador

Mostafa Waziri, chefe do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, indicou que as análises iniciais mostraram “uma estrada principal e ruas adjacentes ligadas por uma rede de esgoto”. Junto com isso, também descobriram uma sofisticada teia de poços cortados na rocha, com cisternas de água interligadas. “A missão encontrou uma grande rede de tanques de túnel na cor rosa para armazenar chuva, enchentes e água subterrânea, que eram úteis nos períodos de seca”, acrescentou.

Achados em Alexandria.
Vasos, amuletos e outros itens encontrados na expedição. Imagem: Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades

Acima de tudo, os escavadores localizaram moldes e um alabastro, ambos para a estátua de Alexandre, o Grande. Além disso, se depararam com 700 moedas antigas, várias ânforas e amuletos para guerreiros. Objetos como ferramentas de pesca, vasos de cerâmica e pratos, também fazem parte da lista de achados.

Todos esses materiais apontam para a mesma hipótese: o assentamento era um importante centro comercial regional, durante o ptolomaico (305-30 aC). Sobretudo, um mercado vibrante, com oficinais para construção de estátuas, amuletos, dentre outros. A cada nova descoberta os arqueólogos se animam mais, pois o grande objetivo é encontrar a tumba de Alexandre e, ao que tudo indica, eles não estão longe disso.

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