Momentos iniciais de uma supernova capturados em detalhes pela primeira vez

Rafael D'avila
Imagem: Soubrette/ iStock

É quase impossível flagrar os momentos iniciais de uma supernova, pois nunca sabemos quando eles vão acontecer, entretanto, astrônomos conseguiram testemunhar este grande feito. As supernovas são vitais para o desenvolvimento do universo, o que inclui a nossa existência.

Nos últimos dias, os profissionais se depararam com uma curva de resfriamento de choque completa, um dos estágios menos conhecidos antes do colapso do núcleo das supernovas. Sendo assim, foi possível capturar os momentos iniciais de uma supernova, pois elas passam por esse processo antes de explodirem. Este colapso, seguido por um choque de repercussão, produz dois eventos.

Um deles é a ‘quebra de choque’, e o outro ‘resfriamento de choque’, que ocorrem em períodos que antecedem a explosão. Patrick Armstrong, da Australian National University, é o primeiro autor de um artigo em ‘Avisos Mensais da Royal Astronomical Society’, onde anuncia alguns pontos importantes. Dentre eles, oferece observações detalhadas da curva de resfriamento de choque antes da SN2017jgh, supernova que explodiu a, aproximadamente, um bilhão de anos-luz de distância, ou seja, muito longe da Terra.

Momentos iniciais de uma supernova ajuda astrônomos a compreender melhor o espaço

momentos iniciais de uma supernova
Imagem: JPL-Caltech/ NASA

Quando isso aconteceu, o Telescópio Espacial Kepler rastreava uma estrela na direção da galáxia-mãe, onde foi possível capturar os momentos iniciais de uma supernova. “Nas verificações regulares do brilho da estrela, o campo de visão de Kepler também observou a galáxia. Isso permitiu acompanhar a curva de resfriamento de choque em intervalos de 30 minutos”, explicou ele.

“Até agora, os dados que tínhamos eram incompletos e incluíam apenas o escurecimento da curva de resfriamento de choque e a explosão subsequente, mas nunca a explosão de luz nos momentos iniciais de uma supernova”, disse Armstrong em um comunicado.

“Como temos a curva completa, podemos identificar qual estrela explodiu”, relatou à IFLScience. “Isso normalmente é muito difícil”. Entretanto, ele escreveu essa etapa como uma “parte muito legal da pesquisa”. O trabalho permitiu que a equipe pudesse diferenciar os modelos concorrentes para explosões de supernova.

Por meio dessa seleção sugerida, do mesmo modo, segue-se que a explosão ocorreu em uma supergigante amarela 50-290 vezes o raio do sol. Dr. Brad Tucker, co-autor do estudo em torno do assunto, explicou que, em primeiro lugar, “astrônomos em todo o mundo serão capazes de usar o SW 17 e ter a certeza de que é o melhor modelo para identificar estrelas que se transformam em supernovas”.

Compartilhar