Cães podem farejar o novo coronavírus com precisão

Erik Behenck
Na imagem um cachorro farejando amostras para a polícia. Foto: Shutterstock.

Será que o COVID-19 tem cheiro? Os cães podem farejar o novo coronavírus com precisão, o que é algo notável. Isso é que mostra uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de Medicina Veterinária de Hannover, na Alemanha. Assim, durante os testes oito cães das forças armadas foram treinados para identificar o aroma do SARS-CoV-2, vírus responsável pelo novo coronavírus.

As amostras foram recolhidas em saliva e muco humano e após uma semana de treinamento, os cães conseguiram identificar amostras de pacientes infectados e não infectados com uma taxa de 96% de acertos. Foram mais de 1.157 indicações corretas de testes positivos, 792 corretas para negativos e 63 indicações ou rejeições incorretas.

Resultados iniciais são positivos

Por enquanto os resultados ainda não são conclusivos, mas indicam que os cães farejadores podem exercer um papel interessante na detecção e tratamento de infecções causadas por COVID-19.

Conforme o professor Holger A Volk, diretor do departamento de medicina e cirurgia de pequenos animais, da Universidade de Medicina Veterinária de Hannover, no futuro os cães podem ajudar a identificar a fase da doença.

“Essas descobertas preliminares indicam que cães pré-treinados para detecção de perfume podem discriminar de maneira confiável, precisa e rápida entre amostras de pacientes infectados com SARS-CoV-2 e controles negativos é realmente emocionante”, comentou.

O professor Volk falou mais sobre o assunto. “Construímos uma base sólida para estudos futuros. Para explorar o que os cães fazem e se eles podem ser usados ​​para discriminar também os diferentes períodos de doenças ou fenótipos clínicos”, comentou.

Cães podem farejar o novo coronavírus e muito mais coisas

Não é uma ideia nova utilizar cães para farejar doenças. O melhor amigo do homem já foi utilizado para encontrar a doença de Parkinson, malária e algumas formas de câncer. Mas, não é só isso, já atuaram na descoberta de uma variedade de doenças respiratórios infecciosas.

As doenças são capazes de alterar os processos metabólicos em uma pessoa. Isso leva a produção de compostos orgânicos voláteis, que entram na corrente sanguínea e são eliminados na respiração ou na urina. Então, os cachorros conseguem identificar o cheiro desses compostos minúsculos, mesmo numa concentração extremamente pequena.

Isso acontece porque o focinho dos cães possui nada menos do que entre 200 e 300 milhões de receptores olfativos, enquanto os seres humanos não passam de 5 milhões. Mesmo assim, por enquanto os pesquisadores ainda não sabem como os cães podem ajudar no mundo real com seu faro.

“Em países com acesso limitado a testes de diagnóstico, os cães de detecção podem ter o potencial de serem usados ​​na detecção em massa de pessoas infectadas. Mais trabalho é necessário para entender melhor o potencial e a limitação do uso de cães perfumados na detecção de doenças respiratórias virais”, afirmam os pesquisadores no estudo.

A pesquisa foi publicada na revista BMC Infectious Diseases. Com informações de IFL Science.

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