Humanos primitivos criaram bolas de pedras intencionalmente há 1,4 milhão de anos

SoCientífica
Imagem: Leore Grosman/Universidade Hebraica de Jerusalém

Pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém revelaram, em um artigo na Royal Society Open Science, suas descobertas relacionadas ao artesanato humano primitivo. As descobertas sugerem que nossos ancestrais tinham um profundo entendimento e apreço pela geometria e simetria já há 1,4 milhão de anos.

Em um sítio arqueológico em ‘Ubeidiya, localizado no Jordan Rift Valley, em Israel, a equipe analisou meticulosamente 150 esferas de calcário, também conhecidas como esferoides.

Esses artefatos antigos, gravados com padrões intrincados, foram determinados como não sendo meros subprodutos de outras tarefas, mas sim o resultado de um esforço consciente para criar esferas perfeitas.

“O principal significado das descobertas é que esses esferoides de ‘Ubeidiya parecem ter sido feitos intencionalmente, visando obter uma esfera”, disse Antoine Muller, pesquisador do Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica de Jerusalém.

A criação desses esferoides não exigiu apenas um plano claro; exigiu também habilidades excepcionais. Moldar essas pedras em esferas quase perfeitas era semelhante a um mestre escultor esculpindo uma estátua complexa em um bloco de mármore. A técnica usada por nossos ancestrais é conhecida como lapidação, um processo que envolve golpear a pedra para moldá-la.

A equipe descobriu que as peças de calcário eram “reduzidas” meticulosamente para criar formas esféricas. Essa transformação em uma esfera ideal é nada menos que um testemunho da extraordinária habilidade e sensibilidade estética dos primeiros seres humanos.

Apesar dessas descobertas incríveis, a finalidade exata desses objetos esféricos permanece envolta em mistério. “Ainda não podemos ter certeza sobre a finalidade para a qual eles eram usados. Muito trabalho precisa ser feito para restringir sua funcionalidade”, Muller admitiu.

Assim como um quebra-cabeça esperando para ser resolvido, o uso desses esferoides enigmáticos por nossos ancestrais continua a despertar a curiosidade de pesquisadores do mundo todo. Isso não é apenas um testemunho de nosso passado, mas uma pista intrigante para a evolução do intelecto e da criatividade humana ao longo de milhões de anos.

A descoberta em ‘Ubeidiya serve como um lembrete de que ainda há muito sobre nossos primeiros ancestrais que ainda não compreendemos. Desvendar esses segredos é a chave não apenas para o nosso passado, mas talvez também para o nosso futuro.

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