Fóssil descoberto na Noruega reescreve história evolutiva dos Ictiossauros

Damares Alves

Em 2014 palentólogos encontraram um grande número de fósseis na ilha de Spitsbergen, na Noruega. Após uma analise mais completa os pesquisadores identificaram peixes ósseos e ossos de anfíbios “semelhantes a crocodilos”, juntamente com 11 vértebras articuladas da cauda de um ictiossauro supostamente muito antigos para a existência de ictiossauros.

Os ictiossauros foram grandes répteis marinhos que prosperaram por muito tempo na era mesozóica. Esses animais possuíam corpos bem ajustados ao ambiente aquático, com nadadeiras que lembravam remos e caudas parecidas com as de golfinhos. Essas características os tornavam altamente adaptados à vida no mar, e durante sua existência, diversificaram-se em várias espécies e ocuparam diferentes nichos ecológicos. A ordem Ichthyopterygia foi responsável pelo surgimento desses magníficos animais.

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Imagem de tomografia computadorizada e imagem da estrutura óssea interna da vértebra mais antiga de um ictiossauro. Imagem: Øyvind Hammer e Jørn Hurum

Acredita-se que bem como as baleias e outras espécies de répteis encontradas nos oceanos da Terra, os ictiossauros tenham evoluído de um grupo desconhecido de répteis terrestres que voltaram a habitar o mar. Ao longo do tempo, esses primeiros répteis anfíbios foram se adaptando às condições aquáticas, e desenvolveram uma forma de corpo ‘semelhante a um peixe’ e começaram a dar à luz filhotes vivos; assim, rompendo seu vínculo final com a terra. Embora ainda sejam desconhecidos os répteis terrestres que originaram os ictiossauros, essa é uma questão em aberto para os pesquisadores.

Anteriormente, os cientistas acreditavam que qualquer ictiossauro que viveu cerca de 250 milhões de anos atrás teria sido uma forma física mais próxima de seus ancestrais que viveram em terra. Porém, os fósseis descobertos em 2014, sugerem que os estes répteis marinhos evoluíram muito antes do que se pensava, possivelmente antes da pior extinção em massa do mundo.

À luz desta descoberta, o réptil marinho pode ter existido até 20 milhões de anos antes do evento de extinção em massa, de acordo com o novo estudo. Os novos resultados, portanto, implicam uma revisão do que se acreditava ser conhecido sobre a evolução dos ictiossauros.

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