Família de raras corujas brancas encontrada no interior de São Paulo

Mateus Marchetto
Imagem: André Luis Cavasini/ via G1

A coruja-buraqueira (Athene cunicularia) é uma ave de rapina com olhos grandes e amarelados, e uma plumagem marrom com rajados brancos. Curiosamente, um dentista no interior de São Paulo identificou uma família de corujas brancas desta espécie.

Ao G1, André Luis Cavasini conta que tem o hábito de registrar a fauna que visita o seu sítio em Buritizal, no interior de São Paulo. Recentemente, no entano, Cavasini se deparou com uma coruja completamente branca voando pela região.

O dentista conta que a coruja branca sumiu por um tempo, mas apareceu em seguida acompanhada de cinco filhotes. Na família, havia outras duas corujas brancas como a primeira a ser observada.

“Em novembro meu colega, José Rosa, comentou que tinha visto a coruja de novo e que ela estava com cinco filhotes, sendo três coloridos e dois brancos. Por vários dias observamos o casal e os filhotinhos, até que foram se desenvolvendo e voaram. Da última vez vi só dois dos filhotes, maiorzinhos e com penas”, afirma Cavasini ao G1.

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Imagem: José Rosa da Silva / via G1

Animais completamente brancos – quando não em ambientes nevados – tendem a ser mais vulneráveis, devido à ausência da camuflagem natural. Por isso mesmo Cavasini conta que pensou que a coruja mais velha havia sido predada quando ficou um tempo sem aparecer.

Estas corujas brancas não são albinas

Como já discutimos aqui no SoCientífica, animais brancos podem ter naturalmente essa coloração, como é o caso do urso polar. Quando, no entanto, uma alteração genética causa essa cor, incomum para uma espécie, podemos ter um caso de albinismo ou leucismo.

O albinismo é quando há a ausência completa de pigmentos no corpo do animal. Assim, a pele, pelo, penas, olhos e quaisquer partes do corpo carecem de melanina. Por esse motivo, nesse sentido, animais albinos possuem olhos rosa ou vermelhos.

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Imagem: jggrz / Pixabay

Já o leucismo conserva a coloração dos olhos e, às vezes, em algumas outras partes do corpo. O aumento da incidência de leucismo e albinismo em animais silvestres pode, ademais, ter uma relação com o aumento de poluentes no ambiente, apesar da ocorrência destas condições genéticas ser normal em certa medida.

Assim, como é possível ver nas fotos de Cavasini, a família de corujas brancas é na verdade leucista, uma vez que seus olhos conservam a coloração escura característica.

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