Par de orcas brancas observadas na natureza em encontro raro

Mateus Marchetto
Imagem: Gojiraiwa Kanko

Na costa norte do Japão, no arquipélago ao redor de Hokkaido, observadores de baleias tiveram um encontro único na natureza: não uma, mas duas orcas completamente brancas nadando juntas.

De acordo com especialistas, apenas 8 orcas brancas foram registradas na natureza, e acredita-se que exista um animal com essa característica para cada 1100 outros normais.

Uma destas orcas, inclusive, já fora avistada há dois anos na mesma região. Contudo, uma nova baleia mais jovem com as mesmas características agora apareceu no grupo, permitindo a observadores registrá-las juntas pela primeira vez.

Apesar da coloração branca, análises das imagens mostraram que as baleias provavelmente não são albinas. Acontece que os bichos possuem olhos escuros, bem como cicatrizes de cores mais escurecidas. Assim, provavelmente esses animais produzem pigmento na pele, mas não na maior parte do corpo, caracterizando dois animais leucistas.

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O leucismo causa, assim, a perda de pigmentação em diversas partes do corpo, mas conserva por exemplo o pigmento dos olhos. Já o albinismo confere olhos vermelhos ou rosa, devido à exposição dos vasos sanguíneos do olho. Ambas são condições genéticas que são bastante raras em populações selvagens.

Muitas marcas de arranhões também estavam visíveis na pele do animal mais jovem. Isso não indica, necessariamente, lutas mas provavelmente marcas de brincadeiras com outros animais jovens. Contudo, a coloração escura dos outros dificulta a visualização.

Aumento do número de orcas brancas na natureza

Orcas brancas são extremamente raras, assim como outras baleias. Ainda assim, pesquisadores vêm observando um aumento nos registros de animais albinos na natureza. Os motivos ainda não são claros, mas cientistas acreditam que esse aumento esteja ligado à mudança no hábitat destes animais.

As baleias – de praticamente todas as espécies – vêm sofrendo uma redução drástica de suas populações nos últimos séculos, principalmente devido à indústria baleeira e à poluição.

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Assim, estes animais selvagens estão mais sujeitos a consanguinidade. Ou seja, a chance de dois animais aparentados se reproduzirem é maior. Isso favorece o aparecimento de genes recessivos nos fenótipos dos animais, como é o caso do albinismo e leucismo. Muitas doenças genéticas, vale ressaltar, estão ligadas também a essa característica.

No caso das duas orcas brancas, a coloração branca provavelmente não afeta a sua sobrevivência em si. Em outros animais, contudo, como leões, a coloração branca pode atrapalhar drasticamente a camuflagem e, portanto, o sucesso da caça do bicho. Algumas espécies, ademais, não aceitam animais albinos, como relatamos aqui no SoCientífica no caso do filhote de chimpanzé albino.

Com informações de LiveScience.

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