Estudo sugere que mel é mais eficaz que drogas contra resfriados

Ruth Rodrigues
Fonte: Alexander Mils / Unsplash

Estudos anteriores já mostraram que o mel tem muitas propriedades antifúngicas e antibacterianas, além de auxiliar na regeneração de tecidos. Buscando métodos mais saudáveis e naturais para combater os pequenos resfriados, pesquisadores reuniram dados de 14 estudos anteriores. A nova revisão de literatura sugere que o mel é mais eficaz que a maioria dos remédios contra resfriados.

Mel é o melhor remédio?

A revisão de literatura foi escrita por dois pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido. Essa é uma alternativa viável para evitar os efeitos colaterais causados pelos fármacos. Além de evitar que o organismo se torne mais resistente aos antibióticos ministrados durante essa enfermidade. Assim, seria bem mais vantajoso o uso do mel para combater esses vírus em particular.

De acordo com o estudo, “o mel é um remédio popular, frequentemente usado e bem conhecido entre os pacientes. Também é barato, de fácil acesso e tem danos limitados”. Ou seja, apesar de ser usado na medicina popular, quando é repassado entre as gerações, agora é cientificamente comprovado que o mel é mais eficaz que uma boa parcela de remédios e antibióticos contra resfriados.

Pixabay, https://pixabay.com/pt/photos/mel-de-abelhas-colm%C3%A9ia-mel-abelhas-326337/

“Como a maioria das infecções do trato respiratório superior (URTIs) são virais, a prescrição de antibióticos é ineficaz e inadequada”, relatam os autores. “No entanto, a falta de alternativas eficazes, bem como o desejo de preservar a relação médico-paciente, contribuem para a prescrição excessiva de antibióticos”. Assim, o organismo tende a ficar dependente de um medicamento para se recuperar, mesmo se tratando de um simples resfriado.

LEIA TAMBÉM: Remédio medieval a base de cebola e alho mata bactérias resistentes a antibióticos

Apesar de já existir alguns estudos sobre a eficácia desse produto natural contra gripe, nada ainda foi 100% comprovado. Pesquisas mais profundas precisam ser feitas para verificar se o mel é útil para todas as faixas etárias o somente para um grupo específico.

Mel é mais eficaz que remédios contra resfriados, revela estudo

Mesmo não tendo participado desta pesquisa, Gideon Meyerowitz-Katz, um epidemiologista da Universidade de Wollongong, na Austrália, deu sua opinião sobre a revisão. Para ele, “tudo gira em torno dos estudos incluídos. Se a literatura na qual você está contando for ruim, você não pode realmente dizer muito sobre o assunto, exceto que precisa de mais pesquisas”.

Assim, Gideon acredita que, os autores deveriam ter tomado um pouco mais de cuidado no momento de escolher a sua base de dados. Em sua opinião, “a maior parte da pesquisa parece ter inconsistências preocupantes e alguns erros óbvios. O que significa que temos que ser muito cuidadosos para não interpretar muito os resultados”.

Pixabay, https://pixabay.com/pt/photos/mel-doces-xarope-org%C3%A2nicos-dourado-1006972/

Quando um indivíduo é acometido por um resfriado, e logo após inicia um tratamento a base de antivirais, o organismo começa a reagir a esse estímulo. No entanto, ainda não foi estudado, de forma eficiente, como o mel age dentro do corpo, se ele de fato seria capaz de curar um ataque viral. Para que essa resposta seja dada de forma correta, se faz necessário estudos mais profundos sobre o mel e seus princípios ao chegar no interior do organismo.

LEIA TAMBÉM: THC impediu efeitos letais de doenças pulmonares associadas ao coronavírus

Para o ScienceAlert, Meyerowitz-Katz disse que, “a pesquisa em si foi bem conduzida, mas a qualidade dos estudos com mel para tosse parece ser muito baixa. Isso significa que, só podemos dizer que não temos certeza ainda se o mel realmente ajuda, porque a análise não nos respondeu adequadamente à pergunta”. Assim, por mais que a medicina popular afirme que o mel é mais eficaz que remédios contra resfriados, e tenha surgido algumas pesquisas, é preciso investigar um pouco mais fundo.

 

A pesquisa foi publicada no BMJ Evidence-Based Medicine. Com informações de Live Science, ScienceAlert e Healthline.

Compartilhar