Estudo revela que sexo está ligado a uma melhor função cognitiva em idosos

Ana Luiza Silva
Imagem: Panther Media

Uma nova pesquisa destacou os possíveis benefícios cognitivos da atividade sexual regular em adultos mais velhos. O estudo, publicado na revista The Journal of Sex Research e conduzido pelos sociólogos Shannon Shena, da Hope College, e Hui Liub, da Purdue University, descobriu que tanto a frequência quanto a qualidade do sexo podem ter um impacto significativo na função cognitiva à medida que envelhecemos.

O estudo revelou que, para as pessoas com idade entre 75 e 90 anos, a frequência do sexo parece ser o fator principal. Verificou-se que os participantes dessa faixa etária que faziam sexo pelo menos uma vez por semana tinham uma função cognitiva significativamente melhor cinco anos depois.

Por outro lado, para adultos de 62 a 74 anos, a qualidade do sexo – em termos de satisfação física e emocional – foi o fator mais importante para a saúde cerebral futura. “Conforme observado em nossa amostra, promover a qualidade sexual entre casais mais jovens e idosos pode ser uma forma de combater as interrupções que as pessoas preveem que virão com o envelhecimento”, sugerem Shena e Liub, “e esses sentimentos de qualidade sexual podem se manifestar em sua saúde cognitiva posterior”.

É interessante notar que os pesquisadores descobriram que a ligação entre sexo e saúde cognitiva não parece ser recíproca. Uma melhor cognição não foi preditiva da atividade sexual cinco anos depois.

“Embora possa parecer que o funcionamento cognitivo possa estar relacionado à sexualidade, não estamos vendo evidências disso”, explica Shena. “Em vez disso, os resultados apontam para a importância da sexualidade e como ela contribui para os resultados de saúde posteriores.”

Shena e Liub propuseram várias explicações para suas descobertas. Primeiro, o sexo geralmente envolve exercícios físicos, que podem melhorar a saúde cardiovascular, aumentar o fluxo sanguíneo para o cérebro e reduzir a inflamação.

Em segundo lugar, sabe-se que o sexo reduz o estresse, o que, acredita-se, impede o crescimento neuronal em algumas partes do cérebro associadas à memória. Por fim, o sexo pode melhorar a função cognitiva por meio da liberação de dopamina, um neurotransmissor ligado à melhora da memória.

Os pesquisadores concluíram que suas descobertas “ajudam a contextualizar uma compreensão multifacetada do envelhecimento saudável e falam sobre práticas clínicas e decisões políticas relacionadas à saúde cognitiva e, em particular, como ela pode estar relacionada à vida sexual, uma área frequentemente negligenciada por adultos mais velhos”.

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