Uma teoria científica é um tipo específico de teoria utilizada no método científico. O termo teoria pode significar algo diferente, dependendo a quem você pergunta.
“A maneira como os cientistas usam a palavra teoria é um pouco diferente da que é comumente usada pelo público leigo”, disse Jaime Tanner, professora de biologia na universidade Marlboro College. “A maioria das pessoas usa a palavra teoria para significar uma ideia ou intuição que alguém tem, mas na ciência a palavra teoria refere-se à maneira como interpretamos os fatos”.
O processo para uma ideia se tornar uma teoria científica
Toda teoria científica começa como hipótese. Uma hipótese científica é uma solução sugerida para uma ocorrência inexplicável que não se encaixa numa teoria científica atualmente aceita. Em outras palavras, de acordo com o Merriam-Webster Dictionary, uma hipótese é uma ideia que ainda não foi comprovada. Se existirem provas suficientes para suportar uma hipótese, ela se move para o próximo passo – conhecido como uma teoria – no método científico e torna-se aceita como uma explicação válida de um fenômeno.
Tanner explicou ainda que uma teoria científica é uma estrutura, um alicerce para observações e fatos. As teorias podem mudar, ou a forma como elas são interpretadas podem mudar, mas os próprios fatos não mudam. Tanner compara teorias com uma cesta em que os cientistas mantêm fatos e observações que eles acham. A forma dessa cesta pode mudar à medida que os cientistas aprendem mais e incluem mais fatos. “Por exemplo, temos uma ampla evidência de características em populações cada vez mais comuns ao longo do tempo (evolução), então a evolução é um fato, mas as teorias gerais sobre a evolução, a maneira como pensamos que todos os fatos se juntam podem mudar como novas observações sobre a evolução são feitas”, disse Tanner ao Live Science.
Fundamentos de uma teoria científica
A Universidade da Califórnia, em Berkley, Estados Unidos, define uma teoria como “uma explicação ampla e natural para uma ampla gama de fenômenos. As teorias são concisas, coerentes, sistemáticas, preditivas e amplamente aplicáveis, muitas vezes integrando e generalizando muitas hipóteses”.
Qualquer teoria científica deve basear-se em um exame cuidadoso e racional dos fatos. Fatos e teorias são duas coisas diferentes. No método científico, há uma clara distinção entre fatos, que podem ser observados e ou medidos, e teorias, que são explicações e interpretações dos fatos.
Uma parte importante da teoria científica inclui declarações que têm consequências observacionais. Uma boa teoria, como a teoria da gravidade de Newton, tem unidade, o que significa que ela consiste em um número limitado de estratégias de resolução de problemas que podem ser aplicadas a uma ampla gama de circunstâncias científicas. Outra característica de uma boa teoria é que ela se formou a partir de uma série de hipóteses que podem ser testadas de forma independente.
A evolução de uma teoria científica
Uma teoria científica não é o resultado final do método científico; as teorias podem ser comprovadas ou rejeitadas, assim como as hipóteses. As teorias podem ser melhoradas ou modificadas à medida que mais informações são reunidas para que a precisão da previsão se torne maior ao longo do tempo.
As teorias são fundações para promover o conhecimento científico e para disponibilizar as informações recolhidas para uso prático. Os cientistas usam teorias para desenvolver invenções ou encontrar uma cura para uma doença.
Alguns pensam que as teorias tornam-se leis, mas teorias e leis têm papéis distintos no método científico. Uma lei é uma descrição de um fenômeno observado no mundo natural que é válida sempre que é testada. Não explica por que algo é verdadeiro; apenas afirma que é verdade. Uma teoria, por outro lado, explica as observações que são coletadas durante o processo científico. Assim, enquanto a lei e a teoria fazem parte do processo científico, são dois aspectos muito diferentes, de acordo com a National Science Teachers Association.
Um bom exemplo da diferença entre uma teoria e uma lei é o caso de Gregor Mendel. Em sua pesquisa, Mendel descobriu que dois traços genéticos separados apareceriam independentemente uns dos outros em diferentes proles. “No entanto, Mendel não sabia nada de DNA ou cromossomos. Foi quando, um século depois, que cientistas descobriram o DNA e os cromossomos — a explicação bioquímica das leis de Mendel”, disse Peter Coppinger, professor associado de biologia e engenharia biomédica no Rose-Hulman Institute of Technology. “Foi só então que cientistas, como T. H. Morgan trabalhando com moscas de frutas, explicaram a Lei da Variedade Independente usando a teoria da herança cromossômica. Ainda hoje, esta é a explicação universalmente aceita (teoria) para a Lei de Mendel“.