Pesquisadores da Universidade de Oxford extraíram DNA antigo de um tijolo de 2.900 anos. O tijolo, originalmente feito para a construção do palácio do Rei Ashurnasirpal II, revelou achados fascinantes sobre a diversidade botânica daquela época. O tijolo foi encontrado perto do rio Tigre, fora das ruínas da antiga cidade de Kalhu, atualmente conhecida como Nimrud no Irã.
Desenterrando história em argila
“Ficamos absolutamente emocionados ao descobrir que o DNA antigo, efetivamente protegido de contaminação dentro de uma massa de argila, pode ser extraído com sucesso de um tijolo de 2.900 anos”, expressou Sophie Lund Rasmussen, bióloga da Universidade de Oxford. O tijolo agora está abrigado no Museu Nacional da Dinamarca após ser doado pela Fundação Rask Ørsted em 1958.
O estudo, que foi publicado na Scientific Reports, encontrou traços de DNA de várias famílias vegetais como Brassicaceae (a família do repolho e mostarda) e Ericaceae (urze). Além disso, material genético de Selineae (a família que contém cenouras e salsa), Betulaceae (bétula), Lauraceae (louros) e Triticeae (gramíneas cultivadas) também foi descoberto.
Uma cápsula do tempo em forma de tijolo
A inscrição no tijolo ajudou os pesquisadores a localizar seu contexto histórico, transformando-o em uma cápsula do tempo única para a biodiversidade. “Devido à inscrição no tijolo, podemos atribuir a argila a um período de tempo relativamente específico em uma região particular”, afirmou o Dr. Troels Arbøll, coautor principal do artigo.
Este estudo inovador poderia estabelecer um precedente para pesquisas futuras sobre material de argila de diferentes locais e períodos de tempo. A equipe se concentrou no DNA das plantas devido à sua qualidade de preservação, mas notou que o DNA animal poderia potencialmente ser investigado usando a mesma técnica. Apesar de uma infeliz divisão no tijolo durante o estudo de 2020, os pesquisadores viram isso como uma oportunidade para estudar argila não contaminada com relativa certeza.