Diego, tartaruga com desejo sexual que salvou sua espécie, volta para casa

Erik Behenck
(Imagem: Galapagos National Park)

Finalmente Diego voltou para a sua terra natal, as Ilhas Galápagos. A tartaruga que salvou a sua espécie ficou décadas longe de seus habitat, procriando em cativeiro. É um animal centenário, que foi levado para os Estados Unidos nas primeiras décadas do século passado.

Acontece que a sua espécie estava correndo sérios riscos de extinção, então o animal foi fundamental neste momento. Assim, ficou vários anos atuando como um reprodutor. Agora, Diego vai curtir a sonhada aposentadoria em sua antiga casa, segundo o Science Alert.

A tartaruga que salvou sua espécie

O Parque Nacional Galápagos (PNG) acredita que ele tenha sido levado de Galápagos durante a primeira metade do século 20, em uma expedição científica. Aliás, as Ilhas Galápagos do Equador ganharam fama no século XIX, devido aos estudos realizados pelo naturalista inglês Charles Darwin.

Há 50 anos, existiam apenas dois machos e 12 fêmeas da espécie, vivendo em Española, uma ilha do arquipélago de Galápagos. Mas, estavam espalhados demais para que se reproduzissem e por isso precisaram de um empurrãozinho. Como havia somente dois machos, então o PNG buscou em zoológicos de todo o mundo animais da mesma espécie, até encontrarem Diego.

Então, ele foi trazido do zoológico de San Diego, na Califórnia, para participar do programa de criação, visando salvar a espécie Chelonoidis hoodensis. Mas, isso aconteceu apenas em 1976. Logo depois, chegou a ser o único macho no seu habitat, vivendo em 180 metros quadrados, junto de seis fêmeas.

Diego e seus 800 filhotes

De fato, ao longo destas décadas ele teve uma contribuição incrível para o programa, que foi realizado na ilha de Santa Cruz. Assim, os guardas do parque acreditam que ele foi responsável direto por pelo menos 40% das 2 mil tartarugas existentes. Dessa forma, ele teve cerca de 800 filhotes.

Já com a espécie recuperada, Diego e 14 outras tartarugas foram levados de barco para Española, uma ilha sem ocupação humana. Antes disso, sua chegada aos Estados Unidos aconteceu entre 1933 e 1936, onde ficou até 1976. Contudo, realmente a fama veio ao participar deste programa de recuperação da espécie.

“Estamos fechando um capítulo importante”, comentou o ministro Paulo Proano em seu Twitter. Além de Diego, outras 25 tartarugas estão “voltando para casa depois de décadas se reproduzindo em cativeiro e salvando suas espécies da extinção”.

A tartaruga que salvou sua espécie hoje tem 100 anos, pesa aproximadamente 80 kg, medindo 90 centímetros de comprimento e 1,5 metro de altura, caso esticasse as pernas e o pescoço. Antes da chegada na terra natal, as tartarugas passaram por uma período de quarentena, para evitar que carregassem sementes de plantas que não são nativas da ilha.

A espécie é encontrada somente nesta ilha, que fica ao sul do arquipélago de Galápagos. A região fica 900 quilômetros da costa do Equador.

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