Crise nas fazendas verticais: Startups enfrentam falência e inadimplência

SoCientífica
Imagem: Aerofarms
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A agricultura vertical tinha uma promessa brilhante: usar robôs e inteligência artificial para economizar água, combater a insegurança alimentar e salvar o meio ambiente. Agora, após bilhões de dólares investidos, a realidade é outra.

Investidores apostaram alto nestas startups, elevando as avaliações às alturas. Mas agora, o financiamento está secando, os lucros são incertos e os credores estão circulando. Nesse cenário complicado, a AeroFarms Inc. declarou falência na semana passada depois de esgotar seus recursos construindo uma enorme instalação em Virgínia.

Queda de gigantes

Não se trata de um caso isolado. Em abril, Kalera, uma produtora de alface nos EUA, buscou proteção judicial; em maio, a AppHarvest Inc., que opera estufas high-tech e tem capital aberto, recebeu um aviso de inadimplência de um investidor.

Os analistas ainda acreditam que as fazendas verticais são parte crucial do futuro da agricultura — mas conquistar uma parcela significativa do mercado pode levar anos.

Startups como AppHarvest viram suas avaliações subir exponencialmente com rodadas contínuas de financiamento. A AeroFarms planejava abrir capital através de uma fusão com cheque em branco (SPAC) e tinha valor de mercado estimado em US$ 1,2 bilhão.

Mas quando os juros começaram a subir, os investidores se concentraram mais na lucratividade. No ano passado foram levantados mais de US$ 1 bilhão para projetos na área; este ano esse número caiu drasticamente para menos de US$ 100 milhões.

Foco no lucro

Segundo Guy Blanchard, da AeroFarms, os investidores agora querem “ver negócios lucrativos”. Eles parecem mais interessados ​​em empresas tradicionais que garantem retorno financeiro.

Essa mudança foi sentida por outras empresas também – a AppHarvest enfrentou processos judiciais dos credores ameaçando fechar uma das suas maiores instalações.

Enquanto algumas empresas recorrem à reestruturação ou concentram-se em produzir produtos específicos como microgreens (pequenos vegetais), outras buscam novos mercados no Oriente Médio — região que luta contra insegurança alimentar mas tem energia barata e interesse em indústrias além dos combustíveis fósseis.

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