Crianças incas eram drogadas e sacrificadas em vulcão

Milena Elísios
Imagem: Shutterstock

O ritual Capacocha era um rito de sacrifício, no qual crianças de ambos os sexos eram selecionadas para sacrifício em cerimônias em importantes santuários conhecidos como huacas ou wak’akuna. 

O sacrifício era realizado principalmente através de quatro métodos: estrangulamento, um golpe na cabeça, asfixia ou ser enterrado vivo enquanto inconsciente (embora em lugares frios as crianças provavelmente morriam de hipotermia). O ritual era realizado em resposta a eventos importantes na vida do Sapa Inca (o governante supremo inca) — haviam rituais semelhantes também para impedir desastres naturais.

Em um novo estudo publicado no Journal of Archaeological Science, pesquisadores identificaram locais em montanhas e picos vulcânicos em todo o Peru. O estudo se concentrou em duas crianças encontradas abaixo do cume do vulcão Ampato que foram enterradas sentadas a uma altitude de 5.800 metros acima do nível do mar.

Um estudo toxicológico mostra evidências de intoxicação com folhas de coca e substâncias alucinógenas, sugerindo que ambas as crianças foram drogadas antes de serem sacrificadas. O estudo sugere que as crianças mastigavam folhas de coca, resultando em aumento da pressão arterial e um estado de euforia e bem-estar.

Os usos médicos tradicionais da coca são principalmente para superar a fadiga, a fome e a sede. É considerado particularmente eficaz contra o mal da altitude. As crianças também consumiram uma bebida alucinógena chamada ayahuasca, um tipo de psicodélico que pode afetar os sentidos, habilidades cognitivas, emoções e causar alucinações na pessoa.

Ambas as crianças também foram atingidas por raios, estando uma das crianças em mau estado de conservação devido à possibilidade de múltiplos raios. Embora a causa da morte seja indeterminada devido a não haver golpes ou ferimentos visíveis, isso sugere a possibilidade de que ambas as crianças tenham sido enterradas vivas durante o ritual.

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