Como funcionam os tipos sanguíneos de cachorros

Mateus Marchetto
Pixabay

Se você coletar uma gota de sangue do tipo A e misturar com sangue do tipo B, imediatamente deve acontecer uma reação estranha. O sangue começa a ficar viscoso, aglutinado e, por fim, perde qualquer função biológica. Isso acontece porque os tipos sanguíneos são um mecanismo complexo de proteção e funcionamento do nosso corpo. Mas será que os tipos sanguíneos dos nosso pets também funcionam assim?

Bom, mais ou menos. De fato, outros mamíferos também possuem diferentes tipos sanguíneos com importância clínica. Os seres humanos e os gatos, por exemplo, são muito pouco tolerantes a tipos sanguíneos que sejam “estranhos” para o seu sistema imune. Já os cães são um pouco mais tolerantes imunologicamente. Em compensação, nossos amigos caninos podem ter mais de 12 tipos sanguíneos que podem se combinar entre si. Teoricamente, são mais de 140 fenótipos possíveis.

No entanto, os cães apresentam apenas algumas tipagens sanguíneas que são importantes para a saúde do bichinho. A principal classificação dos tipos sanguíneos de cães acontece pelo “dog erythrocyte antigen“, (DEA), um antígeno presente nas hemácias dos cães que pode ser dos principais tipos 1.1, 1.2, 3, 4, 5 e 7.

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Entenda o funcionamento dos tipos sanguíneos dos seus pets. (Imagem de Free-Photos por Pixabay )

Primeira transfusão e tipos sanguíneos

Se um ser humano ou um gato receber uma transfusão de um tipo sanguíneo incompatível, a reação é imediata e com altos riscos para o paciente. Como dito antes, os sistemas imunes de humanos e gatos são bem menos tolerantes com essas variações, pois já possuem anticorpos para sangues estranhos.

Já no caso dos cães, em geral não há anticorpos no sangue para outros tipos sanguíneos. Esses anticorpos só se desenvolvem depois de um primeiro contato com o sangue estranho. Por esse motivo, em casos de emergência, cachorros podem receber uma primeira transfusão de sangues diferentes do seu próprio. Contudo, após esse evento o animal não poderá mais receber outra transfusão desse tipo, pois irá desenvolver anticorpos contra aquele sangue.

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(Imagem de Shameer Pk por Pixabay)

Ademais, cães do tipo DEA-1.1 podem sofrer mais severamente com as reações do sistema imune. Isso porque o DEA-1.1 é considerado o doador universal dos cães. Ou seja, animais com essa característica podem doar sangue para qualquer outro, mas apenas receber do próprio DEA-1.1, mesmo na primeira transfusão.

Geralmente as raças mais prováveis ao DEA-1.1 são: galgos ingleses, boxers, pastores-alemão, lébreis-irlandeses, dobermans e pit-bulls. No entanto, apesar dos riscos, hoje o teste de tipagem sanguínea é bastante acessível em clínicas veterinárias e os bancos de sangue para pets têm crescido em organização e estrutura nos últimos anos.

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