Cobras costumam criar laços de amizades, mostra estudo

Erik Behenck
Cobras de sangue frio podem formar amizades, assim como outros animais mantém laços afetivos.

Uma pesquisa publicada recentemente sugere que cobras de sangue frio podem formar laços sociais. Aliás, as cobras-ligas estão entre as mais comuns na América do Norte, sendo localizadas do Canadá até a Costa Rica. Quando a temperatura esquenta, são vistas frequentemente em gramados ou em rochas tomando sol, mas elas não fazem isso sozinhas.

O estudo realizado com 40 cobras em um recinto, com número limitado de esconderijos, indicou que elas formaram grupos e que voltavam para as mesmas rodinhas depois de ter suas posições mexidas. Anteriormente já haviam sido feitas descobertas na mesma linha, indicando que répteis podem fazer amigos.

Entenda a pesquisa

Durante o estudo, 40 cobras de sangue frio foram analisadas, 30 delas foram capturadas na natureza e 10 viviam em cativeiro. Conforme a ecologista da Universidade da Flórida, Harvey Lillywhite, que não participou da pesquisa, “os comportamentos sociais dos répteis em geral – e cobras em particular – são mais complexos e provavelmente têm mais significado do que pensávamos”, disse.

Durante o estudo, foram colocadas 10 cobras por vez em um recinto murado, com um metro quadrado. Nesse ambiente havia quatro caixas para as cobras se esconderem, dessa forma, deveriam formar grupos para que pudessem se abrigar. Antes, os pesquisadores haviam marcado as cobras com um ponto colorido na cabeça, facilitando a identificação.

A cada cinco segundos, por oito dias, foram feitas fotografias, para identificar os movimentos das cobras. E, duas vezes por dia, o ecologista comportamental Morgan Skinner, da Universidade Wilfrid Laurier, no Canadá, registrava os grupos formados.

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É normal que cobras de sangue frio façam amizades

As cobras de sangue frio formaram grupos de até oito animais. Assim, Skinner logo removeu as cobras do recinto, limpando o espaço e colocando os animais de volta em lugares diferentes. Na sequência, não demorou para que as cobras retornassem aos seus grupos originais.

Conforme o responsável, as cobras podem ser divididas em dois grupos: “ousadas” e “tímidas”. Aliás, são categorias simples, mas que servem como uma métrica para análise de comportamento animal. Assim, a ousadia foi destacada conforme o tempo gasto na exploração de um novo nicho. As ousadas demoravam mais e as tímidas eram mais rápidas.

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O estudo identificou ainda que as cobras tendem a andar juntas porque assim conseguem economizar calor e umidade. Além disso, as cobras que vivem em grupo possuem mais chances de escaparem dos predadores. Aliás, isso vale para cobras selvagens.

Dessa forma, fica mais fácil explicar por que os répteis deixam as áreas em que foram realocados. Mas, se todo o grupo de amigos dessa cobra for movido junto, a realocação funcionará melhor. Por fim, o cheiro da espécie pode levar uma população a se fortalecer em determinado lugar.

Todos os animais precisam interagir, até mesmo as cobras.

A pesquisa foi publicada pela revista Behavioral Ecology and Sociobiology, veja na íntegra.

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