Cientistas ainda estão em busca de construir um coração artificial

Daniela Marinho
Cientistas ainda estão em busca de construir um coração artificial. Imagem: Canva

O coração é um órgão vital que bombeia sangue para todo o corpo humano, suprindo os tecidos com oxigênio e nutrientes necessários para a sobrevivência. No entanto, milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de doenças cardíacas que alteram a função do coração e que podem ser fatais. Para muitos desses pacientes, um transplante de coração é a única opção de tratamento, mas a escassez de doadores torna essa alternativa limitada. É por isso que os cientistas ainda estão em busca de construir um coração artificial por meio de tecnologias.

A busca por um coração artificial tem sido uma longa e desafiadora jornada, com décadas de tentativas e fracassos. Mas com a tecnologia avançando constantemente, estamos cada vez mais perto de tornar essa ideia uma realidade.

Tentativas de criar um coração artificial

O primeiro coração artificial foi desenvolvido pelo Dr. Robert Jarvik em 1982. Ele criou um dispositivo mecânico com uma bomba de sangue que poderia ser aperfeiçoado no peito do paciente para substituir o coração danificado. Esse coração artificial, conhecido como Jarvik-7, foi desenvolvido em vários pacientes, mas muitos deles morreram logo após uma cirurgia devido a complicações. O  tempo mais longo que um paciente teve suporte para transplante  foi de 1.373 dias.

Desde então, muitos outros pesquisadores tentaram criar corações melhorados e mais eficientes. No entanto, os dispositivos mais avançados ainda apresentam desafios impressionantes. Um desses desafios é a necessidade de energia constante. Os corações artificiais precisam de uma fonte de energia constante para funcionar, geralmente fornecidos por baterias externas que precisam ser carregadas regularmente. Isso pode ser um obstáculo para os pacientes que precisam carregar essas baterias ou ficar conectados a uma fonte de energia o tempo todo.

Outro desafio é a possibilidade de rejeitar pelo corpo humano. O sistema imunológico do corpo pode reconhecer o coração artificial como um corpo estranho e tentar rejeitá-lo, o que pode levar a complicações graves e, em alguns casos, pode levar à morte.

Avanço da tecnologia

coracao artificial 1
Imagem: Canva

Apesar desses desafios, a busca por um coração artificial continua. Nos últimos anos, vivemos várias novas tecnologias e abordagens que podem ajudar a superar esses obstáculos.

Uma dessas abordagens é o uso de materiais macios e flexíveis para criar corações artificiais que podem se adaptar melhor às condições do corpo humano. Por exemplo, o grupo de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) – que inclui Ellen T. Roche, uma ex-aluna de pós-graduação do MIT e atual professora assistente de engenharia biomédica na Universidade Nacional da Irlanda – desenvolveu um coração artificial feito de silicone e plástico que usa uma rede de arames de metal para bombear o sangue, imitando a ação das câmaras do coração humano. Esse dispositivo é muito menor e mais leve do que o coração artificial total, o que pode torná-lo mais confortável para os pacientes.

Outra abordagem é a criação de corações artificiais biônicos, que combinam componentes eletrônicos e biológicos para criar um dispositivo mais eficiente e sustentável. A empresa suíça CARMAT desenvolveu um coração artificial biônico que usa uma combinação de componentes eletrônicos e biológicos para imitar a ação do coração humano. O dispositivo é projetado para se adaptar ao nível de atividade do paciente, aumentando ou observando a taxa de bombeamento de acordo com suas necessidades.

Coração artificial em 3D

Além do exposto, a impressão em 3D também pode ajudar a melhorar a precisão e a personalização dos corações artificiais. Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, em Israel, criaram o primeiro coração humano impresso em 3D usando células do próprio paciente. Embora ainda esteja em emoções iniciais de desenvolvimento, essa tecnologia tem o potencial de criar corações personalizados que são menos tolerantes a serem rejeitados pelo corpo humano.

A busca por um coração artificial pode parecer uma tarefa impossível, mas as tecnologias emergentes mostram que estamos cada vez mais próximos de tornar isso uma realidade. Esses dispositivos podem oferecer uma alternativa promissora para pacientes que não têm outra opção de tratamento e podem ajudar a salvar muitas vidas no futuro.

Compartilhar