A cafeína faz parte da vida cotidiana moderna ao redor do mundo. Sua principal fonte é, claro, o café, mas alimentos como chocolates, chás e bebidas energéticas também possuem quantidades significativas dessa molécula. Nesse sentido, por muito tempo especialistas consideraram a cafeína como uma molécula que acabava prejudicando a saúde se consumida frequentemente. Contudo, não é isso que estudos recentes vêm demonstrando.
Inúmeras pesquisas demonstraram que o consumo regular de cafeína, principalmente pelo café ou chás, pode trazer muito mais vantages do que riscos para a saúde de uma pessoa. Para falar brevemente, estudos mostraram que esse consumo pode reduzir o risco de suicídio em até 45% e de doenças neurodegenerativas em até 60%. Ainda há efeitos colaterais pelo consumo em excesso, mas primeiro é preciso entender o que a cafeína faz no seu corpo.
O que é a cafeína e como ela funciona
Falando quimicamente, a cafeína é composta por 8 átomos de carbono, 10 de hidrogênio, 4 de nitrogênio e 2 de oxigênio. É possível encontrar esse composto principalmente em plantas, como a erva-mate, o cacau e o próprio cafeeiro. Em geral, essas plantas produzem a molécula para evitar infestações de lagartas e outras pragas. Contudo, há registros de que os humanos começaram a consumir frutos de café há mais ou menos 1.500 anos, na Etiópia – de onde a planta é nativa.
Basicamente o que a cafeína faz no organismo é competir com a adenosina. Essa última é um neuromodulador que quando ativo faz com que haja a sensação de sono e cansaço no nosso corpo. Para isso a adenosina precisa se ligar a receptores no cérebro, e assim você fica com sono. A cafeína, por sua vez se liga nos mesmos receptores da adenosina, evitando que ela faça seu papel de causar sono e cansaço. Ao longo de vários dias, contudo, o cérebro cria novos receptores e a adenosina pode se ligar novamente. Nesse ponto, é preciso consumir uma quantidade maior de cafeína para ter o mesmo efeito.
Um estudo de 2008 também mostrou que o consumo de cafeína pode aumentar a produção de adrenalina no corpo, bem como dopamina e noradrenalina.
Benefícios para a saúde
A cafeína, por conseguinte, pode aumentar a atividade cerebral, o que ajuda a prevenir a incidência de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer e Parkinson. Nesse sentido, também há uma melhora na memória de curto prazo e nos reflexos de quem consome quantidades significativas dessa molécula diariamente. Além da menor chance de suicídio, consumidores de café e chás acabam tendo uma redução média de 13% na chance de desenvolver depressão.
Beber um café expresso pode ajudar também no desempenho durante atividades físicas. Isso porque a cafeína pode ajudar a regular a queima de gorduras, de forma que o corpo consiga manter exercícios físicos por um tempo maior. Não obstante, esse hábito pode ajudar a evitar a diabetes, sobretudo do tipo 2. Além do que se pensa, o consumo regular de bebidas bebidas cafeinadas naturais pode reduzir o risco de derrame em até 20%.
Vale lembrar que o consumo excessivo de cafeína pode causar efeitos colaterais como ansiedade, taquicardia e mesmo gastrite. Para gestantes, o consumo de cafeína não é recomendado, já que a molécula pode atravessar a placenta. Contudo, especialistas afirmam que o consumo de 2 a 4 xícaras de café preto por dia (equivalente a 400mg de cafeína) é a quantidade ideal para ter os benefícios dessa molécula sem sofrer efeitos colaterais significativos, em média.