Um astrônomo acredita que encontrou o Planeta 9 do Sistema Solar. A existência desse planeta foi sugerida ainda em 2016, com o assunto voltando à tona vez por outra. Entretanto, nesta semana um renomado astrônomo britânico publicou um artigo afirmando ter encontrado de fato o suposto Planeta 9.
Planeta 9: Um novo planeta para o Sistema Solar?
Michael Rowan-Robinson é um astrônomo inglês e professor emérito de Astrofísica do Imperial College de Londres e ex-presidente da Royal Astronomical Society. Ele atualmente possui 79 anos de idade, e ficou famoso por ser o orientador do trabalho de doutorado em Astrofísica de Brian May, guitarrista da banda Queen. Contudo, sua contribuição para a Astronomia vai muito além disso.
Nos anos 80, ele liderou uma das equipes de pesquisa do IRAS, um telescópio espacial que opera na faixa do infravermelho.
Seu trabalho ajudou a estabelecer um limite estrito para a existência de planetas semelhantes a Júpiter não descobertos além da órbita de Netuno.
Rowan-Robinson chegou a procurar com o IRAS o então chamado “Planeta X”, um planeta hipotético que poderia interferir gravitacionalmente na órbita de Netuno. No entanto, em 1992, por meio dos dados das sondas Pioneer e Voyager, ele percebeu que não havia nada de errado com a órbita de Netuno.
Portanto, na época, a existência de outro planeta no Sistema Solar foi descartada. Mas, em 2016, Konstantin Batygin e Mike Brown do Instituto de Tecnologia da Califórnia propuseram que as semelhanças orbitais de seis objetos transnetunianos poderiam indicar a existência do chamado “Planeta 9”.
À Procura do Planeta 9
Depois de quase 40 anos de sua busca pelo Planeta 9, Rowan-Robinson revisita os dados do IRAS para procurar algo que leve ao Planeta 9.
O IRAS, acrônimo em inglês para Satélite Astronômico Infravermelho,é um observatório que observa o seu na região infravermelha do espectro, sendo capaz de enxergar qualquer emissão de calor, mesmo nos objetos mais distantes e escuros.
Ao longo de dez meses, o IRAS observou mais de 250 mil fontes de infravermelho no céu. Então, foi a partir dessa base de dados que Rowan-Robinson fez sua busca.
Entre as centenas de fontes examinadas por Rowan-Robinson, três detecções feitas pelo IRAS em junho, julho e setembro de 1983, chamaram a atenção pois pareciam com o tipo de objeto que ele estava procurando.
Se os seus cálculos estiverem corretos, esse objeto estaria atualmente na direção da Constelação de Cefeu, teria entre 3 e 5 massas terrestres e orbitaria o Sol a uma distância de 225 Unidades Astronômicas, ou seja, 225 vezes mais distante do Sol que a Terra.
Apesar da reconhecida experiência e competência de Michael Rowan-Robinson, o objeto encontrado por ele nas imagens do IRAS ainda precisa de confirmação.
Sequer é possível afirmar que ele existe de fato. E mesmo se existir, certamente não será o suposto Planeta 9 proposto por Batygin e Brown em 2016.
Talvez pareça ousado sugerir que esse seja um candidato a Planeta 9. Por outro lado, Rowan-Robinson sugere que seja verificado se um objeto com aquelas características poderia gerar a interferência gravitacional verificada nos objetos trans-netunianos.
Desse modo, aguardamos novas descobertas das pesquisas de Rowan-Robinson.