Por que a astronomia é a ciência mais antiga da humanidade?

Felipe Miranda
(Imagem: Pixabay)

No princípio o universo criou os céus e a Terra e.. a astronomia. Desde os primórdios da humanidade como conhecemos, os seres humanos utilizam da astronomia como uma poderosa ferramenta para conhecer e explorar o mundo. A astronomia é a ciência mais antiga. Observar os astros não apenas nos traz conhecimento do cosmos, mas da própria Terra.

Às vezes nos esquecemos que também somos parte do universo. Em outras palavras, a Terra não é um sistema isolado de todo o resto. Graças à fenômenos externos e da própria Terra, há, por exemplo, diferentes estações. Cada estação possibilita uma determinada características do solo e do clima. Aí já está uma primeira importância da astronomia – a marcação do tempo. É isso que faz da astronomia a ciência mais antiga.

De início, a humanidade deve ter apenas olhado fascinada para aqueles pontos brilhantes no céu. No entanto, com o passar do tempo, algumas pessoas detectaram padrões. Os primeiros indícios de registros de movimento dos astros remontam a cerca de 7 mil anos atrás, feitos por um povo nômade que habitava a savana africana. O local chama-se Nabta Plaia.

À Revista Astronomy, o professor emérito da Universidade do Colorado, Dr. J. McKim Malville, especialista na área de especialista em arqueoastronomia, disse que “Este [o povo em Nabta Plaia] foi o alvorecer da astronomia observacional”.

Por algum motivo, as primeiras explorações científicas eram mais exatas. Astronomia, engenharia, física. Algumas áreas, como a biologia, geologia e medicina seriam mais rigorosas, com anotações e registros, apenas muito mais tarde. A biologia, por exemplo, embora tenha se constituído como ciência da forma como conhecemos hoje, possui seus primeiros registros datados de cerca de 5 mil anos atrás, 2 milênios após a astronomia.

Alicerce de civilizações

Após alguns povos nômades explorando a astronomia, ela passou a ser um dos principais alicerces em diversos países. China, Índia, Egito, Europa, Mesoamérica e Oriente Médio – em cada um desses locais, a astronomia surgiu de forma independente. Com a construção de cidades e a invenção da agricultura, era necessário dominar a marcação do tempo para uma boa produtividade.

Observatório astronômico maia, datado de 909 d.C, em Chichen Itza, no atual México. (Créditos da imagem: Bruno Girin).

Além disso, a astronomia sempre foi muito útil para o posicionamento. A posição das estrelas serve como uma bússola, e é plenamente possível se guiar através delas. A astronomia sempre esteve ligada com a religião, também, talvez pelo fascínio. Dessa forma, portanto, eventos astronômicos eram constantemente ligados a profecias. Na época, não havia separação entre astronomia e astrologia. Recentemente, no entanto, com os grande cientistas, como Galileu e Kepler, entre outros nomes, a astronomia se separou fortemente da astrologia, que parou no tempo.

No entanto, apesar de considerar influências divinas, eles possuíam uma certa acurácia. As anotações astronômicas dos povos antigos são bastante empíricas, e eles buscaram anotar fielmente aquilo que enxergavam, já que sabiam o valor disso. Somente depois havia uma interpretação mais religiosa.

Nomes, constelações e astronomia ocidental

A astronomia ocidental, fortemente influenciada pelos babilônios, possui o intermédio de gregos e romanos. As constelações da forma como enxergamos foram criadas na Babilônia. Outros povos podem ter olhado e enxergado outros desenhos naquela infinidade de estrelas. 

Tábua cuneiforme para rastrear Júpiter. (Créditos da imagem: British Museum/Mathieu Ossendrijver).

Até mesmo a astrologia ocidental possui origem na Babilônia. As 12 constelações do Zodíaco surgiram por lá. Eles possuíam conjuntos de constelações específicas para fins técnicos, como agricultura, marcação de tempo e geolocalização. Mas também possuíam constelações específicas para fins religiosos, com tentativas de mensagens divinas e coisas semelhantes.

Assim como todas as outras anotações babilônicas, a astronomia está literalmente gravada em pedra. Talvez seja esse um dos motivos pelos quais esses assuntos permanecem bem preservados. A pedra não apodrece, assim como o couro e o papel. Além disso, ela demora de ser destruída pelo tempo. Algumas dessas anotações são ainda mais antigas, remontando aos Sumérios, antes mesmo da invenção da escrita. Com absoluta certeza a astronomia é a ciência mais antiga.

Com informações de Astronomy.

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