Planeta Terra
A evolução está brincando com os caranguejos? Algo estranho está acontecendo com eles

Nos últimos 250 milhões de anos, as características que — mais ou menos — definem os caranguejos evoluíram 5 vezes de forma independente. No mesmo período, inclusive, essas características desapareceram 7 vezes. Por algum motivo, a evolução tem feito e desfeito as características destes crustáceos diversas vezes.
Essa repetição de eventos tem intrigado tanto pesquisadores que até recebeu um nome específico: carcinização, ou o processo de desenvolvimento de características semelhantes às de um caranguejo (a descarcinização é o processo oposto).
A própria definição de caranguejo já é um pouco confusa. Existem os falsos caranguejos e os caranguejos verdadeiros. Os verdadeiros pertencem à infraordem Brachyura enquanto os falsos pertencem à infraordem Anomura. Esse último grupo, na verdade, evoluiu de organismos com corpos mais alongados e semelhantes aos das lagostas, por exemplo.
Contudo, os organismos da infraordem Anomura, os falsos caranguejos, repetidamente e independentemente perderam seus apêndices mais longos e adquiriram uma forma que copia a dos caranguejos verdadeiros.
Dentre as características da carcinização estão carapaças rígidas, corpos mais curtos, garras altamente fortes e a movimentação lateral, por exemplo.
Benefícios em ter o formato de caranguejos
Com toda essa confusão acerca dos caranguejos, uma equipe de pesquisadores tentou organizar um pouco melhor a árvore evolutiva destes crustáceos. Contudo, segundo a pesquisa publicada no periódico BioEssays, ao menos metade dos ramos da árvore evolutiva destes animais “permanecem obscuros”.
A pesquisa levou em consideração a morfologia do corpo de diversas espécies extantes e extintas, bem como características genéticas de animais vivos. Os resultados mostram, por exemplo, que a maioria dos caranguejos, falsos ou verdadeiros, acabou evoluindo carapaças rígidas. Alguns grupos, todavia, perderam essa característica – por motivos ainda desconhecidos.
Essa carapaça fornece, nesse sentido, proteção contra predadores. As garras robustas, por outro lado, permitem que o crustáceo agarre suas presas mais facilmente, ou quebre cocos, como é o caso do assustador caranguejo-dos-coqueiros.
A movimentação lateral pode, por conseguinte, permitir uma movimentação mais rápida e o contato visual constante com predadores. Apêndices mais curtos ainda oferecem menos espaço para ataques de predadores.


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