O Telescópio Espacial James Webb (JWST) alcançou uma das fases mais críticas no alinhamento de seus espelhos. Os testes demonstram que tudo está funcionando conforme o esperado, e os operadores do telescópio afirmam que seu desempenho conseguirá atender ou até superar as metas que foram originalmente estabelecidas.
JWST perscruta o cosmos com a ajuda de 18 espelhos hexagonais folheados a ouro. Para que funcione corretamente, todos esses espelhos precisam ser alinhados com extraordinária precisão — dentro de nanômetros — para que atuem como um só. Quando o observatório enviou suas primeiras imagens em fevereiro, os espelhos ainda não estavam alinhados e as imagens estavam borradas. Agora, embora o processo de alinhamento não esteja totalmente completo, a imagem é cristalina.
“Esta é uma imagem tão nítida quanto você pode obter de um telescópio desse tamanho”, disse o cientista do JWST Marshall Perrin no Space Telescope Science Institute em Maryland durante uma coletiva de imprensa em 16 de março. É a imagem infravermelha de maior resolução já tirada do espaço.
A imagem em si mostra uma estrela brilhante chamada 2MASS J17554042+6551277. Se o alinhamento não fosse preciso o suficiente, haveria várias cópias da estrela na imagem, mas isso mostra que os espelhos agora estão todos trabalhando juntos para criar uma única imagem de uma estrela ladeada por galáxias distantes.
“O desempenho do telescópio até agora é tudo o que ousamos esperar”, disse a cientista do JWST Jane Rigby no Goddard Space Flight Center da NASA em Maryland durante a conferência de imprensa. Há mais algumas etapas de alinhamento antes que o observatório possa tirar suas primeiras imagens científicas, que são esperadas em junho ou julho.
A imagem de uma única estrela é apenas o começo. Assim que o JWST começar a captar imagens mais detalhadas para estudo científico, os pesquisadores esperam que ele ajude a desvendar alguns dos maiores mistérios do universo, de bioassinaturas em planetas distantes até a energia escura.
