3 fatos sobre o ouro que você provavelmente não sabia

Dominic Albuquerque
Os espelhos do James Webb são banhados a ouro. Imagem: Depositphotos

O ouro é considerado um metal valioso há milênios, utilizado especialmente em joias e na forma de moedas ao longo da história. Hoje, é muito presente em reservas de barras, de forma a garantir certa segurança econômica em diferentes países.

A história do ouro abrange múltiplas sociedades ao redor do mundo, e esse metal foi importantíssimo no desenvolvimento e construção do sistema financeiro moderno.

Mas além do seu uso já conhecido, o ouro também está presente em outros setores, em diferentes composições. Inclusive em nosso dia a dia. Por exemplo, todo smartphone no planeta tem cerca de 50 miligramas de condutores de ouro, que assistem na resistência à corrosão. Uma quantidade similar é usada em televisões e computadores, facilitando a condução de eletricidade.

Em tratamentos de beleza, alguns produtos dependem das propriedades de antienvelhecimento do metal e sua habilidade de aumentar a circulação e melhorar a elasticidade e o tom da pele.

O ouro ainda está presente no espaço e na medicina. Conheça mais sobre esse metal tão interessante abaixo.

Ouro e o espaço

A resistência do ouro à corrosão e suas habilidades de condição o tornam ideal para o setor aeroespacial. O chapeamento de ouro melhora a performance geral de componentes eletrônicos, reduzindo sua suscetibilidade à temperatura, abrasão e desgaste.

Junto à prata, platinum e paládio, há mais de 15 mil dólares de metais preciosos num motor a jato moderno. Indo além, o ouro também está presente nos trajes dos astronautas, para prevenir contra a penetração de radiação e desviar os raios de sol e calor.

O ouro também é um ótimo lubrificante, e sua maleabilidade o permite ser processado em finíssimas folhas de filme que revestem e protegem peças e circuitos eletrônicos vitais.

Recentemente, o ouro foi usado no Telescópio James Webb. Sua construção tomou 17 anos, e ele foi criado com o objetivo de enviar imagens do universo para a Terra. O telescópio usa três espelhos de diferentes tamanhos para possibilitar um campo de visão amplo.

telescópio james webb
Imagem: NASA / James Webb Space Telescope

Apesar dos espelhos serem feitos de berílio, um elemento leve e durável capaz de manter seu formato em temperaturas extremamente baixa, o ouro também é um componente importante. De acordo com a McGill University, cada espelho de berílio foi revestido com uma camada

A habilidade de ouro de refletir tanto luz visível como outras formas de radiação, particularmente dentro do alcance do infravermelho, o tornaram o material ideal para realçar as capacidades dos espelhos.

Ouro e medicina

No setor médico, nanopartículas de ouro e suas características de reflexão e absorção são importantes ferramentas de diagnóstico e tratamento. Uma terapia fotodinâmica, as nanopartículas penetram células de câncer e são aquecidas com luz para destruir tumores.

Um fato interessante é que, quando o ouro está num nível de nanopartícula, ele se torna roxo. Isso ocorre por causa da refração de luz. E isso se tornou bem útil nos últimos anos, pois os kits de teste rápido de COVID-19 se tornam funcionais com nanopartículas de ouro, que produzem as barras coloridas na janela de resultados.

Ouro e acessibilidade

Segundo a USGS, até hoje já foram encontradas 244.000 toneladas métricas (MT) de ouro na história, e a maioria desse ouro ainda existe. Apesar da sua raridade, o ouro está se tornando mais acessível a investidores e colecionadores ao redor do mundo.

ouro
Imagem: Pixabay

De fato, a demanda total de ouro aumentou 28% ano a ano durante o terceiro trimestre, para 1.181 MT. A procura de investimento registou um declínio, no entanto, uma vez que o aumento das taxas de juro levou a 227 MT de saídas de ETFs.

Com o ouro protegendo contra a inflação e o risco, houve um aumento de 36% (351 MT) nas compras de barras e moedas.

Desde 2004, a demanda por barras e moedas na América do Norte aumentou de 9,55 MT anualmente para 1.801 MT em 2021. O consumo europeu seguiu uma trajetória semelhante, atingindo 1.567 MT no ano passado.

Para Cavatoni, estrategista-chefe de mercado das Américas no World Gold Council, a facilidade de acesso não só ajudou o crescimento do segmento de barras e moedas, mas também levou a um maior interesse dos investidores em outras áreas.

Compartilhar