Borboletas e abelhas bebem lágrimas de crocodilo

Milena Elísios

Quando o biólogo costarriquenho Carlos de la Rosa observou uma borboleta e uma abelha bebendo simultaneamente lágrimas de um crocodilo, não sabia bem o que estava acontecendo.

Perplexo, ele começou a olhar para o assunto e descobriu que vários desses eventos foram registrados ao redor do mundo, por cientistas profissionais, turistas e fotógrafos. O próprio De la Rosa tinha visto traças beberem lágrimas de tartaruga na Amazônia, e outros relataram que borboletas e abelhas bebiam lágrimas de uma variedade de outros répteis.

Mas, por que isso acontece?

Segundo o biólogo essas lágrimas devem conter recursos minerais valiosos, como o sal. As borboletas, ressalta, são conhecidas por beberem de poças enlameadas e ricas em nutrientes. Embora o sal seja abundante no oceano, a molécula tecnicamente conhecida como cloreto de sódio é frequentemente um recurso raro e valioso em terra. Às vezes, os animais bebem sal do suor, urina e até sangue, de la Rosa disse.

As lágrimas de crocodilo

Quando alguém finge tristeza, “chora lágrimas de crocodilo”,  essa é uma frase que vem de um antigo mito de que os répteis choram enquanto comem humanos. Um pesquisador da Universidade da Flórida concluiu que os crocodilos realmente caem em lágrimas durante o banquete – mas por razões fisiológicas, em vez de um suposto remorso vulgarmente reptiliano.

Segundo o zoólogo, isso pode acontecer como resultado do assobio e o zumbido dos animais, um comportamento que muitas vezes acompanha a alimentação. O ar forçado através dos seios nasais pode se misturar com lágrimas nas glândulas lacrimais dos crocodilos, que se esvaziam nos olhos.

Os cientistas não têm certeza se os répteis se beneficiam de alguma forma com essas lágrimas. Eles podem podem permitir que os insetos bebam lágrimas simplesmente porque não se importam ou não podem facilmente afastá-los.

Pesquisas futuras podem explorar quão comuns são essas interações, quais espécies estão envolvidas e quão importantes são essas interações para a sobrevivência das espécies envolvidas.

FONTES / Smithsonian / Live Science

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