Uma viagem espacial pode mudar o seu cérebro

Amanda dos Santos
Para se lançar no espaço há pontos bons e ruins. Foto: Pixabay.

Experimentar a viagem espacial na microgravidade leva a mudanças na anatomia.

Portanto, ir para o espaço pode trazer mudanças permanentes ou por períodos prolongados de tempo, por sobrecarregar nossos corpos.

Vamos analisar as mudanças involuntárias que alguns viajantes espaciais podem ter quando se aventuram para fora do planeta.

A viagem espacial pode trazer novas habilidades motoras, mas também prejudicar a visão

cérebro

Um novo estudo publicado na sexta-feira examinou os cérebros de oito cosmonautas russos. O estudo foi realizado cerca de sete meses após eles retornarem de longas missões à Estação Espacial Internacional.

A princípio, os pesquisadores descobriram pequenas mudanças nos cérebros desses cosmonautas que sugeriam o aumento de habilidades, mas também uma visão ligeiramente mais fraca.

Steven Jillings, o principal autor do estudo, relatou ao Business Insider que todos eles adquiriram algum tipo de nova habilidade motora.

Mudanças nas habilidades motoras e na visão

Os pesquisadores usaram um tipo de ressonância magnética que produz imagens 3D do cérebro dos cosmonautas.

De acordo com essas varreduras, houve um aumento da quantidade de tecido no cerebelo das partes do cérebro responsáveis pelo equilíbrio, coordenação e postura (mostrado em verde no vídeo acima).

Mas as varreduras também mostraram que as pessoas que vivem no espaço podem ter problemas para ver de perto.

Ambas as mudanças podem ser duradouras.

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Os cosmonautas russos do estudo ficaram em viagem espacial cerca de seis a sete meses.

Na verdade, qualquer cérebro humano, tenha viajado para o espaço ou não, se adapta a novos ambientes e novas experiências. Por exemplo, muitos atletas adquirem habilidades motoras específicas diretamente relacionadas ao seu esporte.

Jillings lembra que, se fizéssemos um estudo de ressonância magnética que comparasse pessoas normais a atletas, você imaginaria encontrar mudanças no cerebelo.

Não é como se fosse um elástico, que estica e volta. A verdade é que a mudança é duradoura no cérebro.

Os cérebros mudam no espaço

os cérebros mudam no espaço

Mas os pesquisadores esperavam ver mudanças temporárias nos cérebros dos cosmonautas.

Da mesma forma, eles ficaram surpresos ao descobrirem que as habilidades motoras aprimoradas ainda existiam vários meses depois do retorno à Terra.

Porém, não ter nada na Terra que possa ser comparado e usado como referência ao estudar os cosmonautas dificulta a conclusão, conforme relata Jillings.

É possível que, na próxima missão, eles se adaptem mais rapidamente.

Estudos anteriores já revelaram as mudanças físicas na microgravidade, como perda muscular e óssea.

Uma diferença importante entre a vida no espaço e na Terra é que nosso sangue e fluidos corporais normalmente se movem contra a força da gravidade, enquanto no espaço os fluidos corporais dos astronautas se movem para cima.

O novo estudo descobriu que a microgravidade faz com que o cérebro também se desloque para cima. Isso redistribui os fluidos nos quais o cérebro flutua.

Esse fluido se acumula atrás do olho, causando inchaço, disse Jillings.

Ou seja, prejudica a visão de perto dos astronautas, que resulta em uma condição chamada síndrome neuro-ocular associada a voos espaciais.

Ainda há mais o que aprender sobre esse fenômeno, mas não existem muitos estudos que investiguem os cérebros dos astronautas, conforme disse Jillings.

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