Veja estas incríveis imagens da luz ultravioleta na noite de Marte

Felipe Miranda
Uma foto do fenômeno a partir do pólo sul marciano. (Créditos da imagem: NASA/MAVEN/Goddard Space Flight Center/CU/LASP)

A sonda MAVEN, da NASA, vem fazendo diversos avanços no conhecimento dos fenômenos marcianos. Recentemente, ela fez observações da luz ultravioleta na noite de Marte

A MAVEN (Mars Atmosphere and Volatile Evolution, ou Atmosfera de Marte e Evolução Volátil, no português), foi lançada em 2013 para estudar a atmosfera de Marte. Sua principal missão era determinar a forma como a água e a atmosfera do planeta foram perdidas.

Sua missão a sonda cumpre com maestria. Como abordamos aqui, houve recentemente um mapeamento das correntes elétricas de Marte. Ele permitiu entender um pouco da perda da atmosfera após o fim de seu campo magnético. 

Com estes dados, coletados a partir da órbita marciana, portanto, os cientistas podem mapear os padrões das complexas movimentações da circulação atmosférica do planeta vermelho. 

Os pesquisadores detectaram três pulsações por noite nas frequências da luz ultravioleta. O padrão se repetia apenas durante as noites de duas estações marcianas, a primavera e o outono, entretanto.

Ademais, eles também identificaram alguns pulsos espirais emitidos a partir dos pólos de Marte, apenas durante o inverno. Os dados foram verificados e confirmados pela sonda Mars Express.

O estudo, que foi liderado por Nick Schneider, do Laboratório de Física Atmosférica e Espacial (LASP), da Universidade do Colorado, foi publicado pelos pesquisadores no periódico Journal of Geophysical Research: Space Physics.

Schneider é o líder do grupo que cuida do Imaging Ultraviolet Spectrograph (Espectrógrafo de Imagem Ultravioleta) da MAVEN (IUVS). O instrumento faz este tipo de observação.

“As imagens da MAVEN oferecem nossas primeiros ideias gerais sobre os movimentos atmosféricos na atmosfera média de Marte, uma região crítica onde as correntes de ar transportam gases entre as camadas mais baixa e mais alta”, diz Schneider em um comunicado.

As imagens da luz ultravioleta na noite de Marte

Veja o vídeo abaixo. Os picos de brilho ocorrem quando ventos verticais transportam, para as regiões atmosféricas inferiores, de maior densidade, alguns gases que aceleram as reações que têm como produto o óxido nítrico, que, por sua vez, geram o brilho nas faixas ultravioleta. 

É claro que não vemos exatamente a luz ultravioleta. Vemos apenas as faixas eletromagnéticas que chamamos de espectro visível. Para vermos o fenômeno no vídeo, portanto, um computador processa os dados e os converte na luz visível. 

“O brilho ultravioleta vem principalmente de uma altitude de cerca de 70 km, com o ponto mais brilhante com cerca de mil quilômetros de diâmetro, e é tão brilhante no ultravioleta quanto as luzes do norte da Terra”, explica Zac Milby.

“Infelizmente, a composição da atmosfera de Marte significa que esses pontos brilhantes não emitem luz a comprimentos de onda visíveis que permitiriam que fossem vistos pelos futuros astronautas de Marte”, lamenta Milby. “Que pena”.

Ele explica que se pudessem ser vistos pelo olho humano, seria algo bonito de se ver, porque “os trechos brilhantes se intensificariam no céu todas as noites após o pôr do sol e flutuariam pelo céu a 300 quilômetros por hora”.

Agora, os pesquisadores pretendem repetir as observações, mas desta vez, olhando ‘na lateral’ do fenômeno, para poder captar dados em novas perspectivas. Isso pode permitir, portanto, entender com maior precisão essas movimentações sazonais verticais da atmosfera.

O estudo foi publicado no Journal of Geophysical Research: Space Physics. Com informações de NASA

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