Usina hidrelétrica de Belo Monte contribui com emissão de gases de efeito estufa

SoCientífica

Estudos recentes desmascararam o mito de que a energia hidrelétrica é amiga do ambiente. Mesmo que nenhum combustível fóssil seja usado, o gás do reservatório é liberado conforme a vegetação se decompõe debaixo d’água.

Essas barragens chamadas de fio d’água (ROR), como Belo Monte ao longo do rio Xingu, foram projetadas para resolver o problema, mas um novo estudo na Science Advances mostrou que isso não é verdade.

A equipe de Bertassoli mediu as emissões de metano e dióxido de carbono antes e depois do enchimento dos reservatórios de Belo Monte e descobriu que as emissões aumentaram três vezes.

Conforme observado pelo colega autor e pesquisador do clima Henrique Sawakuchi, as árvores mortas ficam incrivelmente brancas em meio a enormes canais verdes lentos no maior reservatório de um rio parcialmente represado.

Este estudo enfatiza duas coisas importantes a serem lembradas durante a construção de instalações hidrelétricas na região: o impacto ambiental local sobre as espécies aquáticas exclusivas da área e o impacto social nas comunidades indígenas que vivem ao longo do rio.

Grupos indígenas e ambientais desafiaram o desenvolvimento planejado de Belo Monte na década de 1990, fazendo com que fosse abandonado e revivido como uma usina ROR em 2011.

Grupos ambientais condenam o desmatamento da floresta, e as comunidades indígenas rejeitam a perda de território inundado que redirecionam ou sugam o fluxo natural do rio.

Andre Sawakuchi afirma que manter o rio Amazonas fluindo, mesmo com o aumento da necessidade de energia, é essencial. O Brasil deve pelo menos evitar o afogamento de vegetação se quiser continuar construindo barragens ROR ao longo da Amazônia, já que a ação aumenta a emissão dos gases de efeito estufa.

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