Lançada em julho, a missão de Euclides tem um propósito ousado: criar um mapa tridimensional do universo. Seu alvo? Registrar as formas e posições de bilhões de galáxias e aglomerados estelares.
E não estamos falando apenas do nosso quintal cósmico. Esse mapa se estenderá até os confins do universo, alcançando áreas a uma distância de até 10 bilhões de anos-luz.
O que torna o Euclides especial é a sua capacidade de criar uma imagem visível e infravermelha notavelmente nítida em uma enorme parte do céu em apenas uma sessão.
As imagens divulgadas recentemente mostram essa capacidade especial: desde estrelas brilhantes até galáxias fracas, as observações mostram a totalidade desses objetos celestes, mantendo-se extremamente nítidas, mesmo ao ampliar as galáxias distantes.
Estacionado a cerca de 1 milhão de quilômetros da Terra, ao lado do Telescópio Espacial James Webb, da Nasa, Euclides está bem posicionado para perscrutar a extensão cósmica.
O objetivo principal do telescópio é observar lentes gravitacionais fracas, um fenômeno em que as galáxias atuam como lentes de aumento, distorcendo e muitas vezes multiplicando a luz de objetos atrás delas.
Uma vez que a matéria visível representa apenas cerca de 10% da massa total de um aglomerado de galáxias, acredita-se que o efeito de lente gravitacional seja predominantemente causado pela matéria escura. Ao estudar essas imagens ampliadas pelas lentes, os cientistas esperam obter informações sobre a natureza da matéria escura.
As capacidades de Euclides foram sugeridas pela primeira vez em julho, quando enviou imagens cheias de estrelas e galáxias. As últimas imagens coloridas não são apenas cientificamente valiosas, mas também servem como colírio cósmico para os olhos, confirmando a prontidão do telescópio para sua missão de coleta de dados de seis anos.
Conforme Euclides inicia sua jornada, ela nos promete uma visão mais intensa do lado mais sombrio do universo, possivelmente nos aproximando de responder a algumas das questões mais profundas sobre o cosmos.