Quem foi Henry Ford e qual a sua importância para a indústria?

Felipe Miranda
Henry Ford ao lado de um Ford Model T.

É extremamente provável (quase certo, na verdade), que você ouviu falar sobre o fordismo nas aulas de geografia, em sua época de escola, mesmo que você não lembre. Henry Ford (1863-1947) está longe de ser um anjo, mas é uma figura extremamente importante para entender um pouco sobre o desenvolvimento do século XX. A importância de Henry Ford para a indústria é incalculável. 

Obviamente, pelo nome, você já associou Henry Ford à montadora Ford Motor Company. Nascido em 1863, Ford fundou a empresa em 1903, nos Estados Unidos. Astuto e inteligentíssimo empresário, Ford criou uma linha de montagem em massa, revolucionando a indústria dos automóveis e, mais tarde, certamente toda a indústria. 

Mas claro, além das influências positivas, Ford tinha seus lados ruins, e vale ressaltá-los antes de prosseguirmos na importância de Henry Ford para a indústria. Uma de suas piores facetas é o fato de ter sido um antissemita ferrenho. Ele tinha um discurso parecido com o dos nazistas e dizia que “os judeus causaram a guerra, os judeus causaram a eclosão de roubos e roubos em todo o país, os judeus causaram a ineficiência da marinha […]”. 

A vida de Henry Ford

Ford nasceu em 30 de julho de 1863 em uma fazenda em Dearborn, no estado do Michigan, Estados Unidos. Seu pai foi da Irlanda para os Estado Unidos, mas fugiu da Grande Fome da Irlanda, ocorrida entre 1845 e 1849 por uma doença que disseminou as batatas no país, eliminando boa parte da população. Já sua mãe, filha de belgas, já nascera nos Estados Unidos.

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Henry Ford.

Quando sua mãe morreu, em 1876, ele contrariou os desejos do seu pai, e não quis herdar a fazenda. Em 1978 ele fugiu para Detroit e conseguiu um emprego em uma fábrica de bondes, mas logo foi demitido. Entre outros diversos trabalhos, dia e noite para conseguir pagar seu aluguel, Ford permaneceu na cidade.

Em 1885 conheceu sua esposa, e casaram-se em 1888. Nessa época, ele cursou caligrafia, contabilidade, práticas comerciais e desenho mecânico na Goldsmith, Bryant & Stratton Business University.

Em 1891 ele ingressou na Edison Illuminating Company, uma das empresas de Thomas Edison, e em 1893 já tornou-se engenheiro-chefe. Em 1896, com o conhecimento que adquiriu, construiu uma “carruagem sem cavalos”, e a chamou de quadriciclo. Ele, então, vendeu sua criação para financiar um modelo mais complexo.

Finalmente, em 1903 surge a Ford Motor Company, com o sonho de Ford de criar um carro que todos pudessem comprar. Ele o conseguiu através do famoso Modelo T e de seu princípio industrial: o fordismo. Mais tarde, eles atuaram em inúmeras outras áreas, o que inclui até mesmo a aviação.

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Ford Model T. (ModelTMitch / Wikimedia Commons).

Fordismo – importância de Henry Ford para a indústria

Tudo iniciou-se com o Taylorismo. Frederick Taylor foi o pioneiro da sistematização na administração e na produção das indústrias. Ele defendia uma padronização e uma grande disciplina, visando uma maior eficiência. A filosofia do Taylorismo, então, influenciou fortemente Henry Ford. 

O princípio básico do fordismo é simples: criar uma linha de produção em massa o mais automatizada e padronizada possível. É aquela clássica imagem que temos de uma linha de produção. É o auge do que os filósofos costumam chamar de “alienação do trabalhador”. 

Ford Motor Company assembly line
Uma linha de produção da Ford. (Literary Digest 1928-01-07 Henry Ford Interview).

Assim, a importância de Henry Ford para a indústria existe até hoje. O Fordismo só foi superado em partes com o Toyotismo, criado dentro da Toyota sob a liderança de Taiichi Ohno. O modelo se espalhou pelo mundo a partir dos anos 1960 e 1970. Enquanto Ford gostava de um padrão não só na indústria, mas nos produtos, o Toyotismo partia para uma maior personalização (mas ainda em escala industrial). A ideia é uma produção mais flexível, mas feita apenas sob demanda. Dessa forma, há uma diversidade ao mesmo tempo que o estoque não permanece parado e não há desperdícios. Mas isso é conversa para outro dia.

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