Qual a diferença entre pandemia e epidemia?

Adriana Tinoco
Você sabe a diferença entre pandemia e epidemia?

Epidemia é um termo que as pessoas acabam usando de forma genérica para descrever algo que saiu de controle. Porém, em tempos de COVID-19, a palavra “pandemia” também tem sido muito utilizada. Mas, você sabe a diferença entre pandemia e epidemia? Vamos conferir agora.

Confusão comum

Embora a epidemia seja normalmente usada para descrever questões de saúde, às vezes é usada também coloquialmente para descrever fenômenos sociais ou comportamentais. Por exemplo: “Atualmente, o K-POP tornou-se uma verdadeira epidemia entre os adolescentes”.

Embora esse uso cotidiano não seja inadequado no contexto moderno, ele pode causar confusão. Além disso, mesmo quando epidemia é usada para definir problemas de saúde, ela pode não representar com precisão a escala ou a progressão de uma doença. 

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Em alguns casos, termos como surto ou endemia podem ser mais apropriados. Em outros, a epidemia pode falhar na descrição da escala do problema e ser melhor definida como uma pandemia.

Vale destacar:

  • Surto: aumento repentino do número de casos de uma doença em uma determinada região;
  • Endemia: não está relacionada a quantidade de casos de uma doença, mas se esta é típica em uma região, ou seja, acontece com muita frequência em um determinado local.

Pandemia e epidemia: diferenças

Uma epidemia é um evento no qual uma doença está se espalhando ativamente, já o termo pandemia é mais específico. Ele se refere à expansão geográfica e é usado para descrever uma doença que afeta um país inteiro ou vários países, caso do COVID-19.

Embora o uso casual da epidemia possa não exigir essa nuance, é importante conhecer as diferenças entre esses dois termos ao considerar as notícias de saúde pública. 

Dificuldades para classificar

Embora os termos possam sugerir que exista um limite específico pelo qual um evento seja declarado epidemia ou pandemia, a distinção é freqüentemente mais complexa, mesmo entre os epidemiologistas.

Parte da razão disso é que algumas doenças se tornar mais predominantes ou letais ao longo do tempo, enquanto outras se tornam menos, forçando epidemiologistas e autoridades a refazer seus cálculos e classificações.

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É importante se ter cautela ao classificar uma doença como epidemia ou pandemia, pois essa classificação determinará que tipo de resposta precisa ser dada, para que o avanço da doença seja contido. Exemplificando, se aglomerações, em locais abertos ou fechados, podem espalhar ainda mais a doença e é preciso criar regras para evitá-las.

Medidas para conter pandemias

Existem basicamente três formas usadas por países para lidar com pandemias: contenção, mitigação e supressão.

Contenção

A contenção só funciona se adotada logo no início de uma epidemia, para evitar o contágio da população. Nessa fase, as principais medidas são testar as pessoas e o isolar os infectados.

Contudo, se a realização de testes ou o isolamento falhar, é provável que o vírus continue se espalhando, saindo do controle das autoridades. Aí a contenção não funciona mais.

Mitigação

A mitigação ocorre quando já se sabe que não será possível evitar o contágio. Assim, o objetivo é minimizar o avanço da pandemia, sem necessariamente detê-la, com medidas moderadas, como recomendações de distanciamento social, suspensão de aulas, fechamento do comércio, cancelamento de eventos, etc.

No entanto, a mitigação, assim como a contenção, pode ser insuficiente para diminuir o contágio, quando adotada tarde demais ou quando não realizada de forma adequada.

Supressão

A Supressão é a forma mais rígida de controlar uma epidemia, mas também é a que tem mais chances de sucesso. A supressão busca romper as cadeias de transmissão do vírus, com o distanciamento social de toda população. Nesse caso, a quarentena é obrigatória e os testes são feitos em massa. Escolas e comércios são fechadas, eventos culturais e esportivos são proibidos.

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