Quais dinossauros ainda serão descobertos?

Francisco Alves
Imagem: Júlia d'Oliveira/Stony Brook

Nos últimos anos, os paleontólogos têm feito descobertas surpreendentes no campo da paleontologia de dinossauros. Novas espécies estão sendo nomeadas em um ritmo impressionante, com uma média de uma nova espécie a cada duas semanas.

Essas descobertas estão trazendo à luz não apenas novas espécies, mas também grupos completamente novos de dinossauros que eram desconhecidos até pouco tempo atrás.

Uma era de descobertas

O paleontólogo Stephen Brusatte, da Universidade de Edimburgo, descreve esse período como a “era de ouro da paleontologia”. Enquanto no século XIX houve uma grande quantidade de descobertas de dinossauros conhecida como as “Guerras dos Ossos”, o século XXI está testemunhando uma corrida ainda maior por novos fósseis de dinossauros.

Os paleontólogos estão documentando rapidamente diversas espécies de dinossauros não aviários que vagaram pela Terra entre 66 milhões e 235 milhões de anos atrás. Eles acreditam que ainda há mais dinossauros desconhecidos a serem descobertos do que aqueles já encontrados.

Descobertas que mudam a história dos dinossauros

Essas novas descobertas não se limitam a simples variações de espécies já conhecidas. Os paleontólogos estão encontrando grupos inteiros de dinossauros que anteriormente eram desconhecidos, o que pode mudar nossa compreensão geral da evolução dos dinossauros nos períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo.

Por exemplo, recentemente foi nomeado um novo dinossauro chamado Iani smithi, descoberto no estado de Utah, nos EUA, que pertence a um grupo conhecido como rabdodontomorfos, que só foi reconhecido em 2016.

Essas descobertas estão revelando um quadro mais completo e fascinante da história dos dinossauros.

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 Iani smithi. Imagem: Jorge Gonzalez

A incompletude do registro fóssil

É importante ressaltar que o registro fóssil é incompleto. Existem ambientes e formas de vida que nunca chegaram a ser preservados como fósseis. Muitos organismos foram consumidos, deteriorados ou simplesmente não tiveram a oportunidade de se tornarem fósseis.

Apesar disso, os paleontólogos continuam fazendo novas descobertas a cada ano. Eles exploram rochas e também examinam coleções de museus em busca de novas informações sobre dinossauros.

As descobertas futuras provavelmente serão de espécies de dinossauros menores.

Enquanto os grandes dinossauros eram frequentemente encontrados primeiro, devido à sua maior resistência à destruição e ao interesse dos museus em exibi-los, os paleontólogos estão agora focando em preencher ecossistemas inteiros, o que inclui a descoberta de dinossauros menores.

Essas descobertas estão preenchendo lacunas na história dos dinossauros que foram perdidas anteriormente.

Reorganizando a árvore genealógica dos dinossauros

Ao longo dos anos, os paleontólogos reorganizaram e refinaram a árvore genealógica dos dinossauros várias vezes. Muitas vezes, eles descobrem que o que parecia ser uma espécie familiar na verdade representa um grupo totalmente novo com sua própria história evolutiva.

Por exemplo, o dinossauro Deinocheirus foi nomeado em 1970 com base em um conjunto de braços maciços. Somente em 2014, os paleontólogos revelaram o restante do animal e descobriram que ele pertencia a um grupo evolutivo próprio, chamado Deinocheiridae.

Existem ainda muitas descobertas a serem feitas. Paleontólogos acreditam que há dinossauros desconhecidos que ainda não foram encontrados, seja por meio de novos fósseis ou por meio de análises mais detalhadas dos fósseis existentes. Estima-se que haja milhões de espécies de dinossauros que já viveram, representando uma história fascinante que ainda estamos descobrindo.

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