Um novo estudo examinou um lubrificante biológico e está sugerindo que talvez tenhamos que repensar como as lesões nas articulações levam a doenças. Inclusive, os cientistas acreditam que a substância pode ser um sinalizador de uma futura artrose.
Um sinal para a artrose?
Os pesquisadores analisaram a proteína lubricina em cães que sofreram lesões semelhantes às lesões do ligamento cruzado anterior (LCA) em humanos. Eles concluíram que a proteína pode ser um dos primeiros sinais de alerta para doenças, incluindo osteoartrite ou artrose.
A lubrificação é essencial para manter as articulações funcionando bem, mas não há consenso científico sobre como lesões podem afetar sua produção.
Para a ciência, a redução de lubricina estava associada a doenças articulares. Sabe-se que uma pessoa ou um animal que não produzem a proteína desenvolvem uma doença articular que afeta todas as principais articulações.
O que os pesquisadores descobriram, no entanto, foi que os níveis de lubricina na verdade aumentaram nos cães que sofreram lesões semelhantes ao LCA. E essas concentrações mais altas começaram apenas um dia após a lesão, e, em alguns casos, duraram até um ano.
Para a autora do estudo, Heidi Reesink, isso indica que a maior presença de lubrificação pode ser realmente um biomarcador para prever a artrose.
Expectativa para futuros tratamentos
É claro que o estudo está limitado a cães, mas a produção de lubricina é comum em todos os mamíferos. Inclusive, o aumento na lubrificação após a lesão também pode ser visto em humanos.
O estudo é só o início para avaliar a produção da proteína em humanos. Mas os cientistas esperam que a iniciativa traga importante aplicação no futuro, ajudando a prever doenças articulares em pessoas.
De acordo com Reesink, no futuro poderemos ajudar animais e pessoas conseguindo melhores diagnósticos. A melhor compreensão dessas moléculas pode possibilitar terapias benéficas e melhor tratamento ortopédico.
Osteoartrite em animais
A osteoartrite é uma doença degenerativa comum no envelhecimento. Ao chegar em idade avançada, os animais sofrem com desgaste e fragilidade nas articulações, levando assim a traumatismos.
É, portanto, um problema que causa muita dor aos animais e pode afetar qualquer articulação do corpo.
O desenvolvimento da doença ocorre progressivamente. Primeiro, afeta as articulações altas dos membros, como joelhos, cotovelos e ombros.
Em casos mais avançados, a articulação pode então ficar parcialmente bloqueada, impossibilitando alguns movimentos. Nessa fase, o animal evita se movimentar para não sentir dor, o que acaba levando por fim à atrofia muscular.
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O artigo científico foi publicado no periódico Scientific Reports.
