Ornitólogo amador encontra ave rara metade fêmea, metade macho

Elisson Amboni
Imagem: John Murillo

Uma descoberta surpreendente, descrita na revista Journal of Field Ornithology, agitou o mundo da ornitologia. Um exemplar de pássaro meio fêmea, meio macho foi filmado na Colômbia, um evento raro que aconteceu somente uma vez há mais de cem anos. Trata-se de um saí-verde, uma espécie que habita desde o sul do México até o sul do Brasil.

No entanto, o que diferencia este indivíduo dos demais é a sua coloração inusitada: metade do corpo apresenta o azul vibrante típico dos machos, enquanto a outra metade ostenta o verde característico das fêmeas.

O zoólogo e professor da Universidade de Otago na Nova Zelândia, Hamish Spencer, estava de férias quando um ornitólogo amador, John Murillo, avistou a criatura extremamente rara. Spencer analisou o animal e concluiu que se tratava de um ginandromorfo bilateral—um animal com um lado do corpo macho e o outro fêmea.

Essa particularidade torna o pássaro uma visão quase única, segundo Spencer. “Este pássaro específico foi observado por mais de um ano por John Murillo. Como fenômeno, era quase único”, relatou ele ao portal Newsweek.

Saí-verde metade fêmea, metade macho registrada por John Murillo.
Imagem: John Murillo

Spencer revelou que nunca havia visto um ginandromorfo bilateral antes, apesar de sua ampla experiência com sais-verdes.

Murillo fez fotografias e um vídeo do pássaro, que Spencer descreveu como potencialmente algumas das melhores gravações já realizadas de um pássaro ginandromórfico selvagem. O vídeo mostra o pássaro pousado sobre um leito de musgo e, ao girar, a diferença entre as penas azuis e verdes é claramente visível dividindo seu corpo.

O fenômeno do ginandromorfismo bilateral, embora raro, é mais frequentemente observado em animais com marcantes diferenças sexuais, como insetos, aranhas e crustáceos. Spencer expressou esperança de que a descoberta “estimule observadores de pássaros em todo o mundo a procurar por avistamentos incomuns, especialmente ginandromorfia”.

Ele explicou que a ocorrência se deve a um erro durante a divisão celular de uma fêmea ao produzir um ovo, seguido pela dupla-fertilização por dois espermatozoides.

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