Você sabe o que são citocinas? Elas agem primeiro contra uma infecção por patógenos e são cruciais para o funcionamento saudável do sistema imunológico.
No entanto, muitas citocinas podem ter um efeito negativo e resultar em uma “tempestade de citocinas”.
As citocinas são pequenas moléculas de sinalização produzidas por muitas células do sistema imunológico diferentes, como neutrófilos (primeiras células a viajar para um local de infecção), mastócitos (responsáveis por reações alérgicas), macrófagos, células B e células T. Segundo a revisão realizada em 2014 e publicada na revista Frontiers in Immunology.
Joyce Wu, imunobiologista da Universidade do Arizona em Tucson, explicou-as de modo simples: as moléculas irradiam “como um sinal de Wi-Fi”.
Como as citocinas funcionam?
Quase todos órgãos do corpo têm células com receptores delas. Dessa forma, se ligam a receptores específicos nas células imunes e não imunes e podem sinalizar a célula para ajustar como ela cresce ou como vai ser comportar.
As quimiocinas são citocinas agindo como um farol, então direcionam as células imunológicas para onde devem ir. Ou seja, ajudam as células imunológicas a encontrar e acabar com qualquer invasor prejudicial ao corpo.
Células endoteliais, as células que revestem o interior dos vasos sanguíneos, e as células epiteliais, que cobrem a superfície dos órgãos, pele e outros tecidos, também podem enviar citocinas para o corpo todo.
De modo prático, elas funcionam quando um patógeno ou invasor entra no corpo. Em conjunto, as células dos sistema imunológico, citocinas e órgãos respondem trabalhando juntos, disse Mandy Ford, imunologista da Emory University. A primeira célula imunológica a perceber o patógeno é como um condutor.
Logo, ela dirige todas as outras células criando e enviando mensagens – as citocinas – para o resto dos órgãos ou células do corpo. Então, respondem conforme as instruções.
Uma das respostas imunológicas que as citocinas podem provocar é a inflamação. Ford explicou o papel delas, nesse caso: ela ajuda a inflamar o tecido e, assim, direciona as paredes celulares dos vasos sanguíneos para se tornarem mais porosas. Isso reduz o contato célula a célula.
Portanto, os vasos sanguíneos vazarão sangue para o tecido em volta, permitindo que as células imunológicas circulem através do fluido vazado para a área danificada e iniciem o processo de cura.
Quando surge a “tempestade de citocinas”?
O corpo todo está suscetível aos efeitos negativos de uma tempestade de citocinas, porque todos os órgãos possuem receptores dessas moléculas.
A tempestade ocorre quando muitos patógenos entram no corpo de uma vez ou se o corpo secreta o tipo errado de citocina no início da resposta imune.
Caso em que o excesso da mólecula não consegue direcionar com precisão o sistema imunológico para eliminar o patógeno. O seja, na liberação normal delas, as paredes dos vasos sanguíneos ficam mais vazadas a fim de promover a cura do tecido danificado por meio da inflamação.
Mas muitas citocinas podem deixar os vasos sanguíneos excessivamente porosos e resultar na baixa pressão arterial. Em conclusão, esgota o oxigênio dos órgãos e pode causar a morte, disse Ford.