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Planeta Terra

O amianto pode ajudar no combate às mudanças climáticas

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Embora pareça um tanto estranho, é isso mesmo. O amianto pode ser uma ótima arma no combate às mudanças climáticas. Os cientistas estudam formas de utilizá-lo como um “filtro” para extrair quantidades consideráveis de dióxido de carbono do ar.

O amianto é simplesmente um resíduo mineral comercializado. Antigamente muito comum na fabricação de telhas e caixas da água, é um material fibroso formado por sais minerais resultantes da mineração de outros materiais. Ele possui muitos ps positivos, como a resistência e flexibilidade.

No entanto, o amianto é extremamente prejudicial para a saúde e, então, em 2017, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu o uso do amianto em todo o Brasil. Dentre os efeitos na saúde, estão doenças pela deposição de fibras no pulmão e câncer de pulmão, conforme o Instituto Nacional de Câncer.

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Mas ao que parece, o amianto não é de todo ruim. Algumas características tornam o material bastante eficiente em armazenar o dióxido de carbono presente na água na chuva, além da vasta área que cobre, quando utilizado.

O dióxido de carbono é um dos gases de efeito estufa. Embora não seja tão eficiente em segurar o calor quanto, por exemplo, o metano, o dióxido de carbono vence pela quantidade. Sua emissão é gigante, a tornando-o responsável por 60% do aumento no efeito estufa.

Mineralização do carbono nas mudanças climáticas

O estudante Caleb Woodal começou, recentemente, a escavar uma área que outrora fora uma mina que produzia amianto, fechada desde os anos 1980, no estado do Massachusetts, nos Estados Unidos. Ele enviou o material extraído para dois laboratórios.

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A missão é descobrir a composição daquele amianto específico (pois pode variar, já que é feita a partir da fibra de diversos minerais diferentes), a quantidade de gás carbônico eles contém, e o quanto eles ainda são capazes de armazenar.

Mineração de amianto em Quebec, no Canadá. (Créditos da imagem: Bryn Pinzgauer / Wikimedia Commons).

Um dos tipos de amianto é a crisotila, que forma-se naturalmente. Ao reagir com o dióxido de carbono (CO2), o material origina minerais de carbonato de magnésio, como magnesita. A magnesita, especificamente, é capaz de segurar o gás carbônico por milênios, já que trata-se de um mineral bastante resistente e estável.

Eles estudam maneiras de acelerar a reação, de forma a combater o efeito estufa utilizando resíduos da mineração, que muitas vezes seriam desperdiçados. No entanto, não salvaria o planeta, é claro. A ideia é que o processo combata pelo menos o gás carbônico liberado pelo próprio processo de mineração.

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O mesmo método funcionaria, também, com subprodutos ricos em cálcio e magnésio, liberados principalmente na mineração de níquel, cobre, diamante e platina.

“A descarbonização de minas na próxima década está apenas nos ajudando a construir confiança e know-how para realmente minerar com o propósito de emissões negativas”, diz em um comunicado o pesquisador Gregory Dipple, professor da Universidade de British Columbia.

Não é a salvação do mundo

A mineralização é um dos principais processos utilizados pela natureza para eliminar o CO2 da atmosfera, junto à captura do gás pelas plantas, entre outros meios. Mas a emissão é grande demais para a natureza lidar. Então, além da redução de emissões, precisamos retirar carbono da atmosfera.

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Para que o planeta não aqueça mais 1,5°C na escala média (parece pouco, mas não é), precisamos eliminar as emissões o mais rápido possível, ainda nesse século: eliminar entre 100 bilhões e 1 trilhão de toneladas de dióxido de carbono do ar ainda no século XXI.

Um estudo recente das National Academies (Academias Nacionais dos Estados Unidos) diz que, para que até o final do século o aquecimento médio não suba mais 2° Celsius, é necessária a eliminação de 10 bilhões de toneladas de CO2 da atmosfera, anualmente, até 2050, e 20 bilhões de toneladas anuais de 2050 a 2100. 

Os cientistas ainda precisam considerar os detalhes, como riscos à saúde e como aplicar o sistema. Mas em breve, o amianto estará ajudando a diminuir as emissões de carbono. Claro que outros métodos precisam surgir, já que somente o amianto não conseguirá reduzir as mudanças climáticas sozinho.

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Com informações de MIT Technology Review.

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