Novo estudo desvenda placa tectônica “perdida” no Oceano Pacífico

Jamille Rabelo

Cientistas conseguiram reconstruir, através de modelos computacionais, uma placa tectônica “perdida”. Ela pode ter participado na formação de uma cadeia de vulcões no Oceano Pacífico há 60 milhões de anos.

Chamada de Ressurreição, devido à proximidade com a atual Península da Ressureição no Alasca, a placa tectônica ainda gera debates entre geólogos sobre sua real existência. Mas um estudo publicado recentemente demonstra que a placa tectônica já foi parte da crosta da Terra, e estava presente na formação da linha de vulcões, onde hoje é o norte do Canadá.

Os vulcões se formam entre limites de placas tectônicas, então quanto mais placas existem, mais vulcões se formam, segundo o geólogo Johnny Wu da Universidade de Houston. Os vulcões são importantes para reconstrução do clima antigo na Terra, dessa forma, é necessário entender como foram formados e quantos existiam no passado.  

Reconstrução da placa tectônica Ressurreição

Reconstrução das placas tectônicas de 60 milhões de anos atrás até hoje

Os pesquisadores modelaram o movimento das placas tectônica desde a era geológica do Cenozóico, há 66 milhões de anos. Eles analisaram imagens de alta resolução do manto da Terra, combinado com uma técnica de mapeamento 3D. Dessa forma, conseguiram retornar como era a crosta da Terra na época Cenzóica.

Já foi comprovado a existência de duas placas na região nessa época, a Kula e a Farallon. Há, entre essas duas placas tectônicas, uma grande presença de magma. Por isso, alguns geólogos e geofísicos argumentavam que deveria existir uma terceira placa tectônica no local.

No presente, todas essas placas tectônicas já estão debaixo da crosta da Terra, devido ao processo de subducção, onde a terra é pressionada para baixo e enterrada por outra placa.

Os cientistas desfizeram essa subducção para reconstruir as placas na camada superior da Terra e, assim, refazer seus movimentos.

Ao concluir a reconstrução, eles observaram que a placa Ressurreição encaixava exatamente no lugar vazio entre a placa Kula e a Farallon, do que é hoje os estados de Washington e Alasca, nos Estados Unidos. Assim como se encaixava no cinturão de vulcões antigos que existia na região.

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Não é a primeira vez que encontraram evidências da placa Ressurreição, mas nenhuma chegou a ser conclusiva como essa.

Dessa forma, esse estudo traz evidências diretas que a placa tectônica Ressurreição existiu. Assim como, novas perspectivas para entender como o Oceano Pacífico e a América do Norte se ligavam antigamente. Além de entender o passado, essa nova descoberta traz possibilidades de identificar minerais e depósitos de hidrocarbonetos que existem atualmente na região.

Com informações de Live Science e Science Alert

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