Planeta Terra
Narval solitário adotado por belugas poderia produzir ‘narlugas’

O Narval solitário foi descoberto pela primeira vez por uma equipe de cientistas do Grupo de Pesquisa e Educação em Mamíferos Marinhos enquanto eles utilizavam um drone para estudar os comportamentos sociais de baleias belugas.
Na ocasião, eles perceberam que o grupo de belugas havia adotado um narval macho solitário no rio St. Lawrence, no Canadá. Desde então, os cientistas vem rastreando o narval que hoje está com cerca de 12 anos, idade próxima da maturidade sexual.
Isso faz com que os cientistas observem ainda mais de perto as interações entre o narval e as baleias belugas, para ver se o animal marinho adotado vai acasalar com uma fêmea beluga e produzir um híbrido conhecido como “narluga”.
Interação das belugas com o narval solitário intriga cientistas
As baleias belugas e os narvais pertencem à mesma família de cetáceos, chamada Monodontidae, que costuma flutuar pelo Oceano Ártico. Porém, as belugas têm o costume de migrar para a região sul quando o inverno aparece, enquanto que os narvais permanecem no Ártico, ficando até cinco meses sob águas cobertas de gelo.
Como é raro ver as duas espécies interagindo na natureza, os pesquisadores estão surpresos em ver que o grupo de belugas adotou o narval e deixou que ele se juntasse na sua viagem. Segundo a ecologista comportamental, Erica Siracusa, é possível que o narval tenha se unido ao grupo como forma de se proteger contra predadores.
Além disso, a mudança no clima também pode ter influenciado uma interação maior entre as duas espécies, que são criaturas sociais, segundo relatou Brigit Katz para o Smithsonian.
Animais híbridos de narluga
Ao longo do tempo, os cientistas especularam que os híbridos de narluga realmente existiam, até que em 2019 uma análise de DNA de um crânio pôde confirmar a sua existência. O crânio, encontrado por um caçador, difere dos crânios das belugas e dos narvais.
Ele possuía mini presas na mandíbula superior e dentes inferiores em forma de saca-rolhas. Seu DNA, junto com análises químicas, mostraram que ele pertencia a um híbrido de narluga de primeira geração.
Porém, os cientistas não sabem se esse narluga encontrado chegou a procriar. Quando o assunto são espécies híbridas, existem algumas combinações que geram animais inférteis, como é o caso das mulas.
Mas, mesmo que as chances de gerar um animal infértil sejam grandes, os pesquisadores ainda acreditam que o narval solitário possa procriar com uma fêmea beluga. Os cientistas já viram muitas interações sociais e sexuais nas duas espécies.
Para que o narval solitário consiga procriar no grupo, ele precisará ser aceito pelos outros machos beluga para formar uma aliança e assim se aproximar e cortejar as baleias fêmeas. Se ele obtiver sucesso, os cientistas precisarão esperar que o filhote cresça para poder diferenciá-lo dos outros filhotes de beluga.
Quanto a isso, os pesquisadores estão muito animados com essa possibilidade. Robert Michaud, presidente e diretor científico do GREMM disse que “é divertido, intrigante, mas também é uma informação muito poderosa e útil para rastrearmos a vida deste narval entre as belugas. Se ele estiver bem, ele pode ficar aqui pelos próximos 40 anos — eles vivem até 60, 80 anos.”
Planeta Terra
Formigas superam humanos em atividades de resolução de quebra-cabeças em grupo

As formigas podem ter cérebros minúsculos, mas quando se trata de trabalho em equipe, elas mandam muito bem. Em um estudo interessante, pesquisadores compararam as habilidades de cooperação entre formigas e humanos usando um desafio chamado “piano-movers”. Esse teste envolvia mover uma carga em forma de T por um espaço estreito parecido com um labirinto, o que avaliava como indivíduos e grupos das duas espécies resolviam problemas. Surpreendentemente, em alguns pontos, as formigas se saíram melhor que os humanos. O estudo foi publicando na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
O problema dos “piano-movers” é um quebra-cabeça clássico que testa a habilidade de resolver problemas e trabalhar em equipe. Os participantes precisavam manobrar um piano (neste caso, uma carga em forma de T) por câmaras conectadas por passagens estreitas. Isso exigia raciocínio espacial e boa coordenação. O desafio era basicamente passar por espaços apertados, calcular ângulos e evitar obstáculos para chegar à saída.
Os humanos decidiram participar do quebra-cabeça voluntariamente. Para as formigas, a carga parecia comida, então elas tinham motivação natural para levá-la juntas até o ninho. Foram usados dois labirintos parecidos (um para cada grupo). As formigas enfrentaram o problema em três tipos de grupos: uma formiga sozinha, um pequeno grupo de 7 formigas e um grande grupo com 80 formigas. Os humanos também resolveram o quebra-cabeça nessas mesmas três situações: uma pessoa sozinha, um grupo de 6 a 9 pessoas e outro grupo maior com 26 pessoas. Para deixar a comparação mais justa, em alguns casos os grupos humanos tiveram que completar o desafio sem poder conversar e usaram máscaras cirúrgicas e óculos escuros para cobrir boca e olhos.
Formigas juntas, mais fortes
No desafio 1×1, os humanos superaram as formigas. Os participantes humanos individuais empregaram o seu raciocínio espacial para navegar no quebra-cabeças de forma eficiente, muitas vezes tomando caminhos diretos entre os pontos-chave. Esta capacidade de simplificar problemas complexos deu-lhes uma vantagem sobre as formigas. Mas, em grupos, as coisas foram diferentes. As formigas destacaram-se ao ampliar as suas estratégias simples para grandes grupos, enquanto os humanos lutaram para tirar partido das suas vantagens cognitivas individuais em contextos coletivos.
Grupos de formigas agiram em conjunto de forma calculada e estratégica. Exibiram uma notável memória coletiva que lhes permitiu evitar repetir erros e otimizar a sua estratégia. Os humanos, pelo contrário, não se saíram muito melhor em grupos maiores. Quando a sua comunicação era restrita (semelhante à das formigas), os grupos de humanos tiveram um desempenho pior do que mesmo um único indivíduo. Favoreceram soluções gananciosas que pareciam boas a curto prazo, mas que não eram estrategicamente benéficas. Não só os grupos de formigas tiveram um desempenho melhor do que as formigas individuais, como, em alguns casos, tiveram um desempenho melhor do que grupos de humanos.
“Uma colônia de formigas é, na verdade, uma família”, diz Ofer Feinerman e a sua equipe no Instituto de Ciência Weizmann, um dos coautores do estudo. “Todas as formigas no ninho são irmãs e têm interesses comuns. É uma sociedade unida em que a cooperação supera grandemente a competição. É por isso que uma colônia de formigas é, por vezes, referida como um superorganismo, uma espécie de corpo vivo composto por múltiplas ‘células’ que cooperam entre si.”.
Estratégias evolutivas divergentes
O estudo revela estratégias evolutivas divergentes no desenvolvimento cognitivo. As formigas maximizaram as capacidades coletivas à custa da inteligência individual, enquanto os humanos desenvolveram uma cognição individual sofisticada, mas lutam com a eficiência coletiva. “As nossas descobertas validam esta visão. Mostramos que as formigas que atuam em grupo são mais inteligentes, que para elas o todo é maior do que a soma das suas partes. Em contraste, a formação de grupos não expandiu as capacidades cognitivas dos humanos. A famosa ‘sabedoria da multidão’ que se tornou tão popular na era das redes sociais não veio à tona nas nossas experiências”, acrescenta Feinerman.
A experiência abre portas a mais pesquisas. Expandir o âmbito para outras espécies poderia aprofundar a nossa compreensão das raízes evolutivas da cognição coletiva. Investigar as variações na dinâmica de grupo humana entre culturas ou tipos de tarefas poderia produzir estratégias práticas para melhorar o trabalho em equipa. Enquanto isso, as lições dos grupos de formigas podem informar a concepção de sistemas robóticos descentralizados. Comportamentos simples, baseados em regras, podem permitir uma cooperação eficiente entre enxames de robôs.
Planeta Terra
Plantas parasitas obrigam suas vítimas a preparar o jantar para elas

Um estudo publicado na revista Nature Plants revelou que duas espécies de plantas parasitas estão perdendo genes relacionados à fotossíntese e outras funções das plantas à medida que continuam os seus hábitos parasitas.
Cerca de 1% das espécies de plantas com flores são excluisivamente parasitas, e seus truques e especialistas começam a surpreender os cientistas. Atualmente, percebe-se que algumas dessas plantas parasitas estão evoluindo para se tornarem extremamente dependentes de suas plantas hospedeiras, chegando ao ponto de perderem partes significativas de seus genomas relacionados a processos fotossintéticos.
As plantas da família Balanophoraceae, nativas de regiões tropicais e temperadas da Ásia e da África tropical, costumam ser confundidas com fungos que crescem ao redor das raízes das árvores na floresta. No entanto, há mais do que os olhos podem ver. As estruturas que parecem ser cogumelos são, na verdade, inflorescências – conjuntos de flores organizados em um caule.
Diferentemente de outras plantas parasitas que usam uma projeção fina conhecida como haustório para penetrar o tecido do hospedeiro e roubar seus nutrientes, as plantas do gênero Balanophora induzem o sistema vascular do hospedeiro a crescer em um tubérculo para armazenar nutrientes. Isso resulta na formação de uma estrutura única, composta pelo tecido da planta hospedeira, que a Balanophora utiliza para se alimentar.
Para entender melhor como essas plantas parasitas subtropicais evoluíram para essa forma única, pesquisadores do Instituto de Genômica de Pequim (BGI) e da Universidade da Colúmbia Britânica analisaram os genomas de Balanophora e Sapria, outro gênero de planta parasita com uma estrutura vegetativa muito diferente. As Saprias, que fazem parte da família Rafflesiaceae – incluindo algumas flores notoriamente malcheirasas – são geralmente encontradas nas florestas tropicais da Ásia.
Segundo o estudo, a Sapria perdeu 38% de seus genomas e Balanophora perdeu 28% de seus genomas ao longo do tempo, à medida que evoluíram seus comportamentos parasitários.
O estudo também revelou que as plantas parasitas Balanophora e Sapria perderam quase a totalidade dos genes relacionados à fotossíntese, absorção de nitrogênio, desenvolvimento radicular e controle do desenvolvimento floral. Como essas plantas não dependem da luz solar e da água para produzir alimentos – já que extraem seus recursos das plantas hospedeiras – a perda desses genes parece ser uma consequência natural.
Além disso, os pesquisadores notaram que os genes associados à produção de ácido abscísico (ABA), um hormônio vital para a resposta e sinalização ao estresse nas plantas, também foram perdidos em ambas as espécies parasitas. No entanto, apesar dessa perda, eles observaram um acúmulo de hormônio ABA nos caules floridos de Balanophora, e os genes responsáveis pela resposta à sinalização ABA ainda estavam presentes nas plantas parasitas. Isso sugere que a perda genética pode, paradoxalmente, ser benéfica para essas plantas.
Segundo a equipe de pesquisa, essas descobertas são fundamentais para entender as principais mudanças genômicas que ocorrem em plantas parasitas.
Planeta Terra
Maior depósito de ouro do mundo encontrado, vale mais de US$ 80 bilhões

Uma reserva de ouro colossal foi encontrada na província de Hunan, China central. O depósito contém cerca de 1.000 toneladas métricas do metal precioso, com valor estimado em 600 bilhões de yuans (cerca de R$ 470 bilhões de reais).
A descoberta supera a famosa mina South Deep na África do Sul, anteriormente considerada a maior do mundo. O Departamento Geológico de Hunan identificou 40 veios de ouro até 2 km de profundidade no condado de Pingjiang. Modelos 3D sugerem que as reservas podem se estender até 3 km abaixo da superfície.
“Muitos núcleos de rocha perfurados mostraram ouro visível”, disse o prospector Chen Rulin.
As amostras indicam uma concentração excepcional de 138 gramas de ouro por tonelada de minério, muito acima do padrão para minas subterrâneas de alta qualidade.
A China já lidera o mercado global de ouro, com reservas superiores a 2.000 toneladas no início de 2024. Sua indústria de mineração contribui com cerca de 10% da produção mundial.
O anúncio impulsionou ainda mais o preço do ouro, que já estava em alta devido às incertezas globais. Especialistas divergem sobre termos atingido o “pico do ouro”, mas essa descoberta sugere que ainda existem reservas economicamente viáveis a serem exploradas.
O ouro se formou nas estrelas muito antes da Terra existir. Leva eras para se concentrar em formas facilmente mineráveis. As amostras coletadas ao redor do local em Hunan indicam que o depósito pode ser ainda maior do que o previsto inicialmente.
O ano de 2024 tem sido notável para descobertas relacionadas ao ouro. Em março, um caçador de tesouros na Inglaterra encontrou o que pode ser a maior pepita de ouro já achada no país. Dois meses depois, cientistas australianos revelaram um novo mecanismo de formação do ouro, sugerindo que terremotos têm um papel na criação de grandes pepitas.
Pesquisadores também estão explorando novas maneiras de manipular esse recurso precioso. Um estudo publicado em abril relatou a criação de um novo tipo de ouro bidimensional chamado “goldene”, com apenas uma camada de átomos de espessura e propriedades únicas.
Embora o ouro seja um metal antigo e valorizado ao longo da história humana, ainda há muito a ser descoberto sobre ele. A reserva encontrada em Hunan promete impactar significativamente o mercado global de ouro nos próximos anos.
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