Você gosta de morango? Pesquisa traz boas notícias para quem consome

Morangos mostram potencial em melhorar a saúde cerebral.

Ana Luiza Silva
Imagem: Getty Images

Morangos podem oferecer mais do que uma simples satisfação doce. Pesquisas emergentes sugerem que eles também poderiam proteger nossos cérebros à medida que envelhecemos, particularmente para aqueles que enfrentam questões de saúde metabólica que aumentam o risco de declínio cognitivo.

Pesquisadores da Universidade de Cincinnati descobriram que o consumo diário de morangos poderia melhorar a memória e aliviar sintomas depressivos em adultos de meia-idade em risco. Em sua investigação de 12 semanas, indivíduos com sobrepeso apresentando sinais de resistência à insulina — que normalmente têm um risco aumentado de demência — consumiram diariamente uma xícara de morangos na forma de um pó suplementar. Comparados a um grupo controle, esses participantes demonstraram melhoria na memória e no humor.

Resistência à insulina — uma condição na qual as células do corpo não respondem eficazmente à insulina — afeta, na maioria, pessoas acima de 60 anos e contribui para o declínio cognitivo.

“Nosso estudo explorou se os morangos poderiam melhorar a função cerebral e a saúde metabólica,” disse o neurocientista Robert Krikorian. Ele e sua equipe monitoraram 30 adultos com leves comprometimentos cognitivos, notando avanços nas habilidades executivas e bem-estar emocional entre aqueles que ingeriram o pó de morango.

Os achados destacaram a capacidade do grupo que consumiu morangos de filtrar melhor as informações irrelevantes, um aspecto da interferência de memória. “Isso provavelmente indica um controle executivo aprimorado,” explicou Krikorian. Além disso, aqueles que consumiram morangos relataram menos sinais de depressão, sugerindo uma resiliência emocional geral melhorada e funcionamento executivo.

Enquanto os efeitos dos morangos no desempenho cognitivo foram evidentes, os benefícios metabólicos esperados, como níveis reduzidos de insulina, não se materializaram.

“A ausência de benefícios metabólicos pode ser devido à menor dosagem de antocianinas,” especularam os pesquisadores, referindo-se aos antioxidantes prevalentes nas frutas que têm sido ligados a vantagens de saúde.

Apesar desses resultados promissores, a pequena escala e o escopo limitado do estudo exigem uma interpretação cautelosa.

“Não podemos generalizar nossas descobertas amplamente,” afirmou a equipe, defendendo pesquisas adicionais. Especialistas em nutrição continuam endossando uma dieta variada rica em frutas como os morangos, que são excelentes fontes de vitamina C, para a saúde geral.

As implicações do estudo, detalhado no periódico Nutrients, são intrigantes, mas não conclusivas. Amostras maiores e períodos de análise estendidos são necessários para entender completamente o impacto dos morangos em nossa saúde e função cerebral. A busca contínua por esse conhecimento poderia eventualmente levar a recomendações dietéticas que visam especificamente a saúde cognitiva.

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