Mesmo avançando, mecanismos de pesquisa de IA ainda não conseguem superar o Google

Daniela Marinho
Imagem: Canva

A revolução da Inteligência Artificial (IA) está acontecendo e já tem demonstrado que é capaz de gerar mudanças significativas de paradigmas em diversos setores. A tecnologia está agora se voltando para a pesquisa. Enquanto o Google parece estagnar, outras ferramentas como ChatGPT, Google Gemini e Microsoft Copilot estão se destacando, sinalizando uma transformação relevante na forma como buscamos e consumimos informações online.

Empresas inovadoras como Perplexity e You.com estão surgindo como líderes da próxima geração em se tratando de motores de busca, desafiando até mesmo os gigantes estabelecidos como Google e Bing, que estão investindo pesadamente na IA como o futuro da busca online.

No entanto, as tecnologias de pesquisa baseadas em IA – mesmo evoluindo – ainda não possuem um entendimento completo do verdadeiro conceito por trás de um mecanismo de busca e da forma como os usuários os utilizam na prática.

O Google não é só um mecanismo de pesquisa

O entendimento essencial sobre um mecanismo de pesquisa reside no reconhecimento de sua multifuncionalidade. Para alguns, o Google é uma ferramenta crucial na busca por informações científicas de difícil acesso, enquanto para muitos outros, é o meio para acessar suas caixas de entrada de e-mail, navegar por sites de compra ou mesmo relembrar detalhes históricos triviais.

Um fato curioso acrescenta ainda mais complexidade: anualmente, uma quantidade significativa de pessoas digita “google” na caixa de pesquisa do próprio Google. Embora frequentemente associemos o Google predominantemente como uma ferramenta de pesquisa, sua utilidade transcende essa função básica, sendo requisitado para uma variedade de tarefas, literalmente bilhões de vezes por dia.

Desse modo, a verdadeira medida para todos esses concorrentes que almejam rivalizar com o Google não está apenas em sua capacidade de recuperar informações, mas sim em sua habilidade de realizar todas as tarefas que o Google é capaz de fazer.

Pesquisa de navegação

Os pesquisadores frequentemente dividem pesquisas em três tipos. A mais comum é a de navegação, onde as pessoas simplesmente digitam o nome de um site para acessá-lo.

Quando se trata de procurar por navegação, os motores de busca utilizando IA ainda não conseguem igualar o desempenho do Google. No Google, é uma ocorrência rara não encontrar exatamente o que se está procurando como o resultado mais relevante.

Embora seja um tanto estranho que o Google apresente vários resultados quando, na verdade, deveria direcionar diretamente para o site desejado, sua eficiência é notável, sendo rápido e raramente errando.

Por outro lado, os bots de IA tendem a ponderar por alguns segundos antes de fornecer uma série de informações quase úteis sobre a empresa, quando tudo o que se deseja é um simples link.

Pesquisa de informações e de explorações

Quando se trata da segunda categoria de pesquisas mais comuns, estamos falando daquelas direcionadas a informações específicas, onde o usuário busca encontrar uma resposta precisa e singular para sua dúvida.

É aqui que o Google se destaca ainda mais em comparação com os mecanismos de busca baseados em IA. O Google não só oferece resultados mais abrangentes, mas também demonstra uma maior precisão na entrega das informações desejadas pelos usuários.

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Ilustração de Vincent Kilbride / The Verge

O terceiro e último tipo de pesquisa é conhecido como pesquisa exploratória. Aqui, estamos nos referindo a perguntas que não têm uma única resposta definida, mas que, ao contrário, abrem caminho para um processo de aprendizado contínuo.

Vale salientar que essas consultas não visam uma resposta concreta, mas sim promovem a busca por conhecimento e entendimento mais profundo sobre um determinado assunto. Se você já pesquisou no Google sobre um músico recém-descoberto, procurou informações sobre atividades em uma determinada cidade, ou investigou a história da NASA, você estava realizando uma pesquisa exploratória.

Nesse caso, a pesquisa pela IA pode se destacar, mas um chatbot pode não ser a melhor interface – nem para entregar o que o usuário de fato quer, nem para superar o Google.

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