Médica remove 23 lentes de contato do olho de uma paciente esquecida

Daniela Marinho
Imagem: Canva

O projeto inicial do que hoje se conhece por lentes de contato foi feito ainda em 1929 pelo oftalmologista nova-iorquino William Feinbloom. A invenção consistia numa mistura, ainda primitiva – mas moderna para a época – de plástico e vidro. Desde então, a tecnologia tem se desenvolvido e encantado as pessoas devido à sensação de praticidade que ela oferece ou necessidade mais específica. No entanto, o seu uso deve ser feito levando uma série de questões em consideração.

Os cuidados necessários evitam que problemas aconteçam, como é o caso da médica que retirou uma quantidade significativa de lentes de contato de uma paciente que se reclamava de dor.

O relato a seguir foi contado para Lauren Crosby Medlicott, do portal Insider, feito pela Dra. Katerina Kurteeva, oftalmologista em Newport Beach na Califórnia onde o acontecimento foi presenciado.

23 lentes de contato são retiradas de paciente idosa

Uma paciente com mais de 70 anos deu entrada na clínica da Dra. Katerina Kurteeva no final do expediente de uma rotineira segunda-feira, com atendimentos eletivos e de emergência, relatando dor e incômodo nos olhos, com algo no olho, sobretudo no direito, que não conseguia tirar. Embora a mulher se queixasse de visão embaçada, a dor foi o motivo que a fez buscar o atendimento.

De acordo com a médica, há a recomendação de que os idosos façam consultas oftalmológicas a cada ano. Porém, a senhora que foi até o consultório não fazia consultas de rotina há dois anos.

A priori, com a anamnese, a médica imaginou tratar-se de um pedaço de “lente de contato quebrada, um arranhão na córnea, uma infecção, um cílio ou restos de maquiagem. Só saberia com certeza quando fizesse o exame.”

Como o exame foi realizado

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Paciente tinha 23 lentes de contato nos olhos. Imagem: Arquivo pessoal da Dra. Katerina Kurteeva

Segundo a Dra. Kurteeva, o exame não foi simples: “Para começar, usei um anestésico e uma mancha amarela para identificar qualquer arranhão ou corpo estranho. Não consegui ver nada na córnea no exame inicial, então comecei a puxar manualmente as pálpebras inferiores e superiores para ver se havia alguma coisa no fórnice superior ou inferior. Estes são os cantos profundos do olho, como pequenas bolsas da pálpebra, onde as coisas ocasionalmente ficam presas […] Eu não vi muito – apenas um pouco de muco, o que poderia ser uma resposta natural à irritação”.

Até então, a médica não fazia ideia do que estava no olho da paciente. Para continuar o exame, a profissional precisou utilizar um instrumento chamado espéculo palpebral para manter as pálpebras superior e inferior abertas ao mesmo tempo. Ao solicitar que a paciente olhasse para baixo, a Dra. Kurteeva pôde ver as bordas de algumas lentes coladas uma na outra: “ao puxá-los, senti que ainda podia ver mais e pedi ao meu assistente que pegasse meu telefone para registrar a remoção”. O registro se tornou viral e logo passou a ser um dos vídeos mais comentados das redes sociais.

Havia muitas lentes de contato, 23 no total. A médica afirmou que a paciente relatou espanto com a quantidade e também alívio imediato. No final do exame, a paciente foi medicada adequadamente e logo em seguida retornou para sua casa.

Alerta quanto ao uso de lentes de contato

“Quando uma pessoa usa lentes de contato por um longo período de tempo, pode causar dessensibilização das terminações nervosas da córnea […] Também poderia ter sido a idade dela. O fórnix palpebral das pessoas mais velhas, o espaço menos sensível, é muito mais profundo, e as lentes de contato ficaram lá por um tempo, não a incomodando”. Diz a médica alertando que a paciente em questão poderia ter ficado cega, arranhado a córnea ou contraído uma infecção.

De qualquer modo, não se deve usar lentes de contato por mais de 24 horas. Além disso, é essencial manter a higienização das mãos ao manipulá-las, bem como seguir todas as orientações médicas para evitar problemas consequentes.

Os problemas relacionados ao mau uso das lentes de contato são tão sérios e recorrentes que foi criada a campanha Setembro Safira para conscientizar a população a respeito do assunto, a fim de evitá-los.

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