Em 2016, deveria ser apenas mais um dia normal na vida da indiana Shreya Siddanagowder. Mas Siddanagowder sofreu um grave acidente enquanto viajava de ônibus. Ela poderia ter perdido sua vida ali mesmo, mas sobreviveu, porém, perdeu seus braços, porque precisou amputar ambos os membros, do cotovelo para baixo.
Ela entrou na fila para um processo de transplante. Esse veio apenas em 2017. A jovem Siddanagowder fez uma visita ao Instituto de Tecnologia Manipal, em Karnataka, Índia. Foi nesse local, mais precisamente em seu centro de transplantes, que a indiana Shreya encontrou seu doador. Segundo o The Indian Express, a cirurgia realizada na adolescente foi a primeira registrada em toda a Ásia, assim como foi o primeiro transplante intergênero feito em todo o continente.
O transplante
De acordo com a Clínica Mayo, os transplantes de órgãos são feitos de maneira cuidadosa. Existe todo um sistema burocrático antes do ato em si. São feitos testes sanguíneos, raio – x, e exames mais profundos e especializados nos membros amputados. Após os exames, o candidato vai para uma lista de espera, enquanto aguarda que encontrem um membro compatível. O nível de compatibilidade entre um candidato e um doador é feita por alguns requisitos, como: cor da pele, tipo sanguíneo e o tamanho da mão.
Seu doador era um homem, um pouco mais velho que ela, tendo seus 21 anos. Ele veio a óbito após se envolver em um acidente de bicicleta.
No grande dia, a equipe médica foi composta por 20 cirurgiões e 16 anestesiologistas, e a cirurgia durou aproximadamente 13 horas. A cirurgia ocorreu de forma positiva, mas o pior ainda não havia passado.
Shreya precisava recorrer as inúmeras sessões de fisioterapia, pois precisava reaprender os movimentos com seus novos membros.
Algum tempo após receber as mãos transplantadas
Um ano e meio após a cirurgia e de fisioterapia intensiva, os médicos começaram a perceber algo chocante. Os membros transplantados estavam adquirindo a tonalidade da pele de Siddanagowder. O doador possuía uma pele mais escura que a da indiana, ou seja, ele produzia mais melanina (pigmento que caracteriza a cor da pele) que ela.
Então, quando o transplante foi realizado, a jovem estava com seu braço em duas tonalidades: do cotovelo ao ombro, sua cor natural; do cotovelo até as mãos, o órgão do doador e consequentemente sua tonalidade.
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A mulher com mãos masculinas
Com o passar do tempo, as mãos antes ásperas e masculinas, tornaram – se finas, delicadas e femininas. De acordo com a fisioterapeuta Ketaki Doke, os novos membros se adaptaram ao novo corpo. “O nervo começa a enviar sinais – é chamado de reinervação – e os músculos funcionam de acordo com as necessidades do corpo”, disse Doke. “Os músculos da mão dela podem ter começado a se adaptar ao corpo feminino”.
Durante a gravação de um vídeo para o MOHAN Foundation, fundação que apoia pesquisas na área de transplantes, Siddanagowder disse: “Eu sou a primeira mulher do mundo a ter mãos masculinas”, olhando para suas mãos completou, “agora têm traços femininos e combina com a cor da minha pele”
Amrita Institute of Medical Sciences Kochi
