Esta estratégia de caça de golfinhos pode ser mais comum do que se imaginava

Esta estratégia de caça de golfinhos pode ter sido aprendida diversos lugares do planeta independentemente. Imagem: StockSnap / Pixabay

Golfinhos e baleias utilizam as mais variadas técnicas de caça. Enquanto espécies maiores de mamíferos aquáticos, como jubartes e baleias-azuis se alimentam filtrando a água em busca de pequenos crustáceos, orcas, cachalotes e golfinhos são predadores mais ativos que geralmente atacam peixes e moluscos maiores.

De qualquer maneira, várias espécies de cetáceos se utilizam de uma “rede imaginária” para caçar. Explico: estes animais podem criar barreiras com bolhas ou areia em volta de um cardume de peixes, com o objetivo de confundir suas presas.

Certos golfinhos da Flórida, especialmente, aprenderam a usar a areia de águas rasas para criar um grande anel de sujeira na água, ao redor de um cardume. Os peixes assustados, portanto, acabam pulando para fora da água e caindo direto na boca – literalmente – dos predadores.

Contudo, pesquisadores acabam de descobrir que este comportamento não é exclusivo de golfinhos da Flórida. Na verdade, grupos destes animais que habitam as águas do Caribe estão utilizando a mesma estratégia de caça.

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Imagem: joakant / Pixabay

De acordo com a nova pesquisa, publicada no periódico Marine Mammal Science, os golfinhos provavelmente ensinam também essa estratégia para seus filhotes. Vale ressaltar, ademais, que as populações de golfinhos do Caribe e da Florida não têm contato nenhum.

À procura de anéis de areia dos golfinhos

Desde 2005, a pesquisadora Stefanie K. Gazda e sua equipe conheciam o comportamento dos golfinhos da Flórida e o quão especial essa estratégia de caça era. Isso porque não só os bichos aprendiam e ensinavam a estratégia a seus filhotes, mas também dividiam o trabalho durante a caça. Assim, um ou dois integrantes do grupo criam o círculo de areia, enquanto os demais esperam no exterior para capturar os peixes.

Todavia, até o momento este tipo de comportamento permanecia restrito às águas da Flórida. Os autores desta nova pesquisa, portanto, utilizaram não apenas registros em vídeo, mas também imagens de drones e satélite para encontrar evidências do comportamento em populações diferente da mesma espécie.

A pesquisa descobriu, portanto, diversas evidências de outros destes cetáceos usando a mesma técnica em águas próximas à costa do México e de Belize. De acordo com os pesquisadores, como citado anteriormente, estes animais não têm contato com as populações da Flórida e, portanto, não poderiam ter aprendido com eles.

No vídeo a seguir é possível ver uma dupla de golfinhos em águas caribenhas criando um pequeno círculo com areia em águas rasas. Um dos animais revira o solo do mar, enquanto o outro espera pelas presas no exterior.

A pesquisa está disponível no periódico Marine Mammal Science.

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