Fósseis inéditos de aranhas foram encontrados na Austrália

Rafael Motta
Imagem: Species New To Science

Matthew McCurry, paleontólogo do Australian Museum Research Institute, é líder de um estudo inédito: pela primeira vez, dois fósseis de uma aranha escova-de-pé foram encontrados e estudados por sua equipe. 

Intitulada Megamonodontium mccluskyi, a espécie viveu há cerca de 16 milhões de anos na Austrália e seu tamanho era monstruoso: cerca de cinco vezes maior que qualquer um de seus parentes modernos.

Isso significa que a aranha extinta tinha basicamente o tamanho de uma aranha-lobo. Essa espécie pode ser encontrada em todo o mundo e é conhecida por ser extremamente rápida e agressiva.

Publicada no Zoological Journal of the Linnean Society, a pesquisa indica que o fóssil está relacionado à atual espécie Monodontium, do grupo Barychelidae dos aracnídeos. Apesar de pequena, a espécie também pode ser encontrada nas florestas de Singapura, Indonésia e Papua-Nova Guiné.

O estudo indica que a Megamonodontium andou pela Terra durante a época Mioceno – cerca de 23,5 milhões de anos atrás. Naquela época, o planeta era muito mais quente e a região australiana era muito mais úmida que hoje: praticamente todo o continente era coberto por uma densa floresta tropical.

Michael Frese, co-autor do estudo e professor associado da Universidade de Canberra, disse que “a microscopia eletrônica de varredura permitiu estudar detalhes minuciosos das garras e cerdas nos pedipalpos, pernas e corpo principal da aranha”.

Aranhas difíceis de encontrar

Além disso, este é o primeiro fóssil da família Barychelidae encontrado em todo o mundo, afirmou o doutor Robert Raven, aracnologista do Museu de Queensland:

Existem cerca de 300 espécies de aranhas escova-de-pé vivas atualmente, mas elas não se tornam fósseis frequentemente. Isso pode acontecer porque elas passam tempo demais entocadas; por conta disso, não estão em ambientes propícios para serem fossilizadas. 

De maneira geral, aranhas maiores escapam facilmente de locais onde poderiam ser fossilizadas; já os exemplares menores podem ser encontrados envoltos em âmbar depois de ficarem presos na resina de árvores.

Compartilhar