Força aérea dos EUA anuncia novo bombardeiro “invisível”

É a aeronave mais avançada da história.

Felipe Miranda
B-21 Raider. Imagem: US Air Force / Northrop Grumman

Autoridades da Força Aérea dos Estados Unidos e da empresa norte-americana do ramo aeroespacial Northrop Grumman anunciaram na última sexta-feira (2) o lançamento da primeira aeronave de sexta geração do mundo, o bombardeiro B-21 Raider. A cerimônia de lançamento da nova aeronave mais avançada do mundo foi transmitida pela Northrop Grumman em uma live carregada de patriotismo estadunidense.

“O B-21 Raider é o primeiro bombardeiro estratégico em mais de três décadas. É um testemunho das vantagens duradouras da América em engenhosidade e inovação. E é a prova do compromisso de longo prazo do Departamento com a construção de capacidades avançadas que fortalecerão a capacidade dos Estados Unidos de deter a agressão, hoje e no futuro”, disse durante a cerimônia de inauguração da aeronave o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd J. Austin.

Live de apresentação da nova aeronave.

Embora já tenha sido apresentada, a aeronave desenvolvida e fabricada pela Northrop Grumman entrará em operação apenas daqui alguns anos. A aeronave trará as capacidades aeroespaciais que devemos esperar da próxima geração de aeronaves, que serão o carro-chefe das forças aéreas de potências mundiais nas próximas décadas.

Uma das principais novidades das aeronaves da nova geração é o fato que elas avançam no quesito “invisibilidade”. O conceito de aeronave stealth (aeronave furtiva) já existe há bastante tempo. Essas aeronaves conseguem se mascarar dos radares e outros equipamentos de detecção utilizando diversos artifícios e tecnologias diferentes. A nova geração avança além disso, com novas tecnologias que permitem uma furtividade ainda maior, segundo a própria Northrop Grumman.

Além disso, trata-se de um bombardeiro digital. Muitas aeronaves ainda em operação possuem décadas de uso, então ainda possuem bastante componentes não tão atualizados. Por exemplo, o icônico bombardeiro B-2 Spirit, voou pela primeira vez há três décadas, e foi introduzido a partir de 1997. Embora receba modernizações até hoje, seu desenvolvimento ocorreu a partir dos anos 1970, então não é tão moderno assim dos “pés à cabeça”. O B-21, por sua vez, já nasceu na era digital. É uma aeronave construída para a guerra moderna, e está apta a passar facilmente por inúmeras atualizações conforme a tecnologia progrida ainda mais.

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B-21 Raider. (Imagem: US Air Force).

Espinha dorsal da frota da Força Aérea dos Estados Unidos, o bombardeiro será capaz de entregar cargas explosivas convencionais e nucleares. A aeronave possui uma alta capacidade de integração entre dados, sensores e armas, sendo altamente eficaz em sua função.

Concorrência com uma nova superpotência

O B-21 Raider faz parte de uma modernização que os Estados Unidos estão fazendo em seus principais braços militares. Essa modernização é contextualizada por uma nova “guerra fria” com a China. Note as aspas, já que não é exatamente uma guerra fria, nos parâmetros da disputa que dominou a segunda metade do século, mas uma nova disputa tecnológica e militar entre os Estados Unidos e uma nova megapotência emergente: a China.

Nas últimas décadas, a China vem com um crescimento econômico brutal. Dessa forma, tem aumentado sua influência pelo mundo e se tornado uma gigante potência militar. Conforme anunciado recentemente pelo Pentágono, os americanos acreditam que até 2035, a China possa a quadruplicar o número de ogivas nucleares.

No momento, há seis Raiders em produção, mas a Força Aérea planeja construir 100 aeronaves.

Doolittle Raiders

O nome Raider foi dado em homenagem ao Doolittle Raid (Ataque Doolittle) ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial sob liderança do tenente-coronel James “Jimmy” Doolittle. No evento, 80 aviadores e 16 bombardeiros médios B-25 Mitchell mudaram o curso da guerra no Pacífico, um braço de guerra travado principalmente entre Japão e Estados Unidos. Os participantes do ataque ficaram conhecidos como Doolittle Raiders, e são homenageados agora na nomeação do bombardeiro.

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