Engenheiro encontra maneiras de retirar doença do sangue usando imãs

Milena Elísios

Um engenheiro britânico desenvolveu uma técnica que promete filtrar células indesejadas do sangue utilizando imãs. Em teoria, qualquer infecção bacteriana, câncer no sangue ou vírus que pudesse ser pego por uma minúscula partícula magnética poderia ser removida do corpo sem a necessidade de tratamentos prolongados com medicamentos agressivos.

LEIA TAMBÉM: Nanopartículas são modificadas para combater câncer, vírus e bactérias de modo seletivo

Graças à pesquisa existente, o cientista bioquímico George Frodsham sabia que era possível forçar as nanopartículas magnéticas a se ligarem a células específicas do corpo. Mas enquanto outros pesquisadores fizeram isso principalmente para fazer essas células aparecerem em imagens, ele se perguntou se a mesma técnica poderia permitir que os médicos removessem células indesejadas do sangue.

“Quando alguém tem um tumor, você o corta”, ele disse ao The Telegraph . “O câncer de sangue é um tumor no sangue, então por que não retirá-lo da mesma maneira?”

Para esse fim, ele criou o MediSieve, uma tecnologia de tratamento que funciona de maneira semelhante à diálise, removendo o sangue de um paciente e infundindo-o com nanopartículas magnéticas projetadas para se ligar a uma doença específica. Ele então usa ímãs para extrair e prender essas células antes de bombear o sangue filtrado de volta para o paciente.

A ideia é que os médicos possam passar o sangue de uma pessoa através da máquina várias vezes até que seus níveis da doença estejam baixos o suficiente para serem eliminados por drogas ou mesmo pelo sistema imunológico do paciente.

LEIA TAMBÉM: Cientistas podem ter descoberto “código da morte” que destrói o câncer

Atualmente, a equipe de Frodsham aguarda aprovação da Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido para testar o sistema em pacientes infectados pelo parasita da malária, que é naturalmente magnético graças ao consumo de seu próprio resíduo à base de ferro.

O ensaio clínico em humanos deve começar em 2020 e, se tudo correr bem, um segundo ensaio clínico testando o MediSieve em bactérias causadoras de sepse pode ocorrer em 2021.

FONTE / The Telegraph

Compartilhar