Uma fotografia capturada pelo fotojornalista Joshua Irwandi para a National Geographic, que acompanhava os profissionais da saúde em um hospital na Indonésia de uma vítima da covid-19 está assustando as pessoas pelo mundo.
A vítima da covid-19 estava enrolada em um plástico, se parecendo muito com uma verdadeira múmia. Não é possível identificar nenhuma característica, como idade ou gênero – a pessoa está realmente selada.
Além de ter sido selada com o plástico, a “múmia” foi banhada em desinfetante. Isso tudo para evitar a propagação do vírus dentro daquele hospital. É tão bizarro que grupos negacionistas acusaram o fotojornalista de ter montado a cena com um manequim, mas é real.
Muitas pessoas acusam o mídia e os profissionais da saúde de alarmismo, “pois a doença não é tão grave”. De fato, percentualmente ela não é muito grave. Entretanto, é uma doença que se alastra muito, tornando-se grave.
“Está claro que o poder dessa imagem inflamou a discussão sobre o coronavírus. Temos que reconhecer o sacrifício e o risco enfrentado pelos médicos e enfermeiros.”, disse Irwandi ao National Geographic.
Em alguns pontos, o país se assemelha ao Brasil no combate ao vírus – governo agindo pouco, e o presidente, Joko “Jokowi” Widodo, promove um medicamento fitoterápico sem comprovação de funcionamento.
A foto causou grande repercussão no mundo, foi largamente noticiada entre os veículos de comunicação e causou uma grande comoção. Ela teve dez vezes mais curtidas do que Irwandi possui de seguidores no instagram.
Fred Ritchin, reitor emérito do Centro Internacional de Fotografia, disse ao National Geographic que “Para mim, a imagem me pareceu ser de alguém sendo jogado fora, descartado, envolto em celofane, pulverizado com desinfetante, mumificado, desumanizado, discriminado”.
Negacionismo e ataques
Não só o público comum atacou Irwandi, mas um cantor famoso, cujo nome não foi revelado, alimentou o ódio e as falsas acusações contra ele. Os seguidores desse cantor também entraram na mesma onda.
Segundo o NatGeo, esta semana a Universidade John Hopkins registrou 4.320 mortes e quase 90 mil casos na Indonésia, com os dados que haviam disponíveis. Entretanto, os números estão extremamente subnotificados.
No Brasil e no mundo o conspiracionismo e o negacionismo tem tomado conta. Os discursos vão desde a xenofobia e o medo contra chineses, até o consumo de medicamentos cuja eficácia não é comprovada.
Principalmente na Europa, surgiram também teorias de que os efeitos do vírus são, na verdade, os efeitos do 5G no organismo. Os conspiracionistas chegaram a queimar antenas do 5G. A frequência de operação do 5G não nos causa nada.
Há, também aqueles que digam que o coronavírus é uma arma biológica. Esta deve ser a teoria da conspiração mais famosa entre aqueles que possuem um real ódio contra a China.
Embora a China seja sim uma ditadura extremamente fechada e que visa emergir como a principal potência do planeta, não faria sentido a criação de um vírus para alcançar o objetivo. Eles já estavam alcançando os Estados Unidos antes.
Mesmo que fosse uma possibilidade válida, cientistas já analisaram vírus em laboratório de todas as formas possíveis, e descartaram que seja uma arma biológica, já que ele parece muito natural.
Com informações de National Geographic.