Engenheiros criam teclado sem fio de papel que se autoalimenta

Felipe Miranda
(Imagem: Purdue University).

Isso mesmo. O grupo de engenheiros conseguiu o feito de desenvolver um teclado sem fio de papel que possui uma alimentação própria, não dependendo de qualquer fonte externa de energia ou comunicação. 

Os cientistas que tornaram possível a interação digital de um pedaço de papel são da Purdue University, localizada no estado de Indiana, nos Estados Unidos. Eles descreveram o trabalho em um artigo no periódico Nano Energy.

O papel é capaz de se comunicar com um computador por meio do bluetooth. Antes muito utilizado na comunicação entre celulares, hoje mais utilizado na maior parte dos gadgets e periféricos sem fio, no entanto.

Os cientistas esperam que essa criação possa, portanto, revolucionar a forma como consumimos, desde interfaces para tocadores de músicas até interações com embalagens de alimentos.

Além disso, depois de internet em fornos de microondas, geladeiras e todo tipo de eletrodoméstico, imagine só navegar pelo twitter por meio da embalagem do seu salgadinho. 

Claro que o uso não será assim. Trata-se apenas de uma brincadeira. Faço uma referência a um jovem, que ao ficar de castigo, sem seu celular, conseguiu acessar o twitter por meio de sua geladeira. A internet das coisas possibilita, portanto,  esses tipos de interações ‘de outro mundo’.

Nesse processo, criado pelos engenheiros da Purdue University, há uma impressão simples. Por meio dessa impressão, qualquer pedaço de papel ou papelão é capaz de interagir com o meio digital.

Este vídeo, feito pelos desenvolvedores do papel, demonstra funcionamento da tecnologia. Veja que o funcionamento é perfeito. O papel funciona, portanto, como uma espécie de tela touchscreen. 

Como o teclado sem fio de papel foi feito?

“Esta é a primeira vez que um dispositivo eletrônico baseado em papel autoalimentado é demonstrado”, disse em um comunicado o professor assistente da Purdue University, Ramses Martinez.

Martinez explica o processo inicial, de preparação do papel. “Desenvolvemos um método para tornar o papel repelente à água, óleo e poeira revestindo-o com moléculas altamente fluoradas”.

“Este revestimento onifóbico [que repele quase tudo] nos permite imprimir várias camadas de circuitos em papel sem que a tinta manche de uma camada para a outra”, explica.

Esse procedimento de revestimento é a inovação principal. Após isso, basta adicionar um circuito eletrônico, assim como nas placas de circuito. A diferença é que ele continua sendo um papel, no entanto.

O mais curioso é que ele realmente não necessita de uma fonte externa de energia. Não é necessária nem mesmo uma bateria, embora seja um circuito eletrônico. A pouca eletricidade necessária, no entanto, obtida a partir do contato com o dedo do usuário.

“Eu imagino essa tecnologia para facilitar a interação do usuário com a embalagem de alimentos, para verificar se o alimento é seguro para o consumo”, explica Martinez.

Ele diz também que espera que possa, portanto, “permitir que os usuários assinem a embalagem que chega em casa arrastando o dedo sobre a caixa para se identificar adequadamente como o proprietário do pacote”.

“Além disso, nosso grupo demonstrou que folhas de papel simples de um caderno podem ser transformadas em interfaces de reprodutor de música para os usuários escolherem as músicas, tocá-las e alterar seu volume”.

O estudo foi publicado no periódico Nano Energy. Com informações de Smithsonian Magazine e Purdue University.

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