Mogno africano

O mogno africano é uma madeira de reflorestamento cultivada no Brasil e possui um enorme potencial para investimento.

Daniela Marinho
Imagem: ABPMA

O mogno africano é uma espécie de árvore nativa das regiões tropicais da África. É uma árvore alta e impressionante que pode crescer até 50 metros de altura, com um diâmetro de tronco de até 2 metros. A sua madeira é altamente valorizada devido à durabilidade, resistência e bela cor marrom-avermelhada.

A árvore de mogno africano é usada por séculos em culturas africanas para uma variedade de fins, incluindo construção de edifícios, fabricação de móveis e medicina tradicional. Nos tempos recentes, a madeira ganhou popularidade no mercado brasileiro e internacional devido às suas propriedades únicas e apelo estético. No entanto, a crescente demanda por mogno africano levou à superexploração e à exploração ilegal, o que colocou a espécie em risco de extinção.

O mogno africano é considerado como uma madeira nobre, visto que as características físicas que determinam a dureza da madeira são evidentes nesse tipo. Desse modo, por ser uma madeira nobre e, portanto, dura, o mogno apresenta um alto potencial de investimento para produtores brasileiros.

No Brasil, o cultivo do mogno africano acontece nas savanas de Roraima e no cerrado de Minas Gerais, mas também em São Paulo, Goiás, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul. Embora seu desenvolvimento precise de 20 anos, a madeira possui um cultivo descomplicado, o que a torna bastante promissora.

Mercado crescente do mogno africano

Parente do mogno brasileiro, o mogno africano tem sido utilizado como forma de substituição do primeiro, visto que ele [o mogno brasileiro] está na lista de espécies ameaçadas e, por isso, tem plantio e corte limitados, somente empresas com certificação e plano de manejo podem cortar a árvore natural do Brasil.

Nesse contexto, o cultivo do mogno africano tem suprido a demanda pela madeira nobre, representando vantagens por não contar com restrições de corte, bem como apresentar uma boa taxa de produtividade.

Enquanto no Brasil o plantio do mogno em área comercial é muito recente, na África, a madeira é nativa e plantada comercialmente, cujo mercado movimenta bastante dinheiro e exporta madeira para praticamente todo o globo.

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Pés de mogno africano, na fazenda Jaburu, no distrito de Canindezinho. Imagem: Wandemberg Belem

Dessa forma, o mercado no Brasil, embora crescente, ainda é em pequena escala e feito por pequenos produtores de forma bastante orgânica e manual. Esse fato acaba dificultando o fechamento de hectares plantados. Atualmente é sabido que há cerca de 45 mil hectares de mogno africano já no processo de cultivo.

A expectativa é de que ao longo dos anos, os plantios comerciais dessa madeira nobre terão material suficiente para atender a demanda nacional, mundial, assim como atender ao mercado brasileiro e alimentar o setor de exportação.

Produção do mogno africano no Brasil

Quando se fala que no Brasil o cultivo de mogno africano é recente, realmente o é, pois os primeiros plantios da espécie completaram apenas 18 anos sendo feitos de forma experimental e não comercial.

Nesse cenário, os plantios feitos em área comercial vão conceder madeira de qualidade no mercado quando forem cortados. No entanto, a quantidade ainda não irá ser suficiente para cobrir toda a demanda existente.

Demanda

O Brasil é um consumidor relevante e significativo de mogno africano. Contudo, a demanda maior desse tipo de madeira parte da Europa. Ainda que seja muito cedo para negociar o comércio fixo da madeira nobre, bem como o cultivo é também recente, já existe ofertas de compras da produção brasileira vinda do continente europeu.

Isso significa que o mercado é extremamente promissor e lucrativo para os produtores brasileiros.

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Uma mesa feita de mogno africano.

Manejo e investimento

Como mencionado anteriormente, o cultivo do mogno africano é demorado, mas pode trazer um alto rendimento. Além disso, a madeira pode ser cortada sem a necessidade de autorização e seu plantio é considerado simples.

Apesar dessas facilidades, o financiamento inicial da floresta pode ser dificultoso, uma vez que não há linhas de crédito específicas para o cultivo. A diretora da Associação Brasileira de Produtores de Mogno Africano [ABPMA], Patrícia Fonseca, explica que “A hora que chega lá [no banco] e fala, ‘olha, minha cultura precisa de 18 anos de financiamento’, existe um susto […] A instituição financeira brasileira não está acostumada com isso e não gosta de correr risco”.

Em se tratando de pragas, o único controle que é mais acentuado no mogno africano é o de formigas.

Segundo o agrônomo Paulo Sabonge, “São R$ 6,5 mil por hectare a implantação. A estratégia é plantar 25 hectares ao ano de maneira perpétua. À medida que chega na época da colheita final, nós teríamos o fechamento desse ciclo e aí replanta 25 hectares”, no caso de um cultivo sem irrigação para reduzir os custos.

Sinônimos:
Khaya ivorensis
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